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'Não somos nazistas': Ucrânia comemora discretamente Dia da Vitória 

O 9 de Maio marca o dia em que a Alemanha de Adolf Hitler admitiu a derrota frente aos soviéticos após a Segunda Guerra

Internacional|Do R7

Soldados ucranianos deixam flores em frente ao memorial do Soldado Desconhecido, em Kiev
Soldados ucranianos deixam flores em frente ao memorial do Soldado Desconhecido, em Kiev

Ao lado de seu avô Nikolai, Lera Neliub admite que é difícil conversar com ele, um veterano da Segunda Guerra Mundial, sobre a invasão russa em andamento.

Nesta segunda-feira (9), no túmulo do Soldado Desconhecido em Kiev, segurou-o quando ele se inclinava para depositar flores em memória de seus amigos e companheiros do Exército soviético mortos quando combatiam a Alemanha Nazista.

"É difícil para ele falar sobre isso", conta, referindo-se à invasão russa pelas tropas de Vladimir Putin para "desnazificar" a Ucrânia. "É completamente estúpido o que acontece. Putin reescreve a história."

Ao mesmo tempo, em Moscou, o presidente russo proclamava, diante de milhares de soldados russos que desfilavam pela Praça Vermelha, que seu Exército combatia na Ucrânia para defender "a pátria" ante a "ameaça inaceitável" representada por seu vizinho.


Tetiana Levtchenko diz que ficou arrepiada ao ouvir as declarações de Vladimir Putin: "Não somos nazistas", afirmou, furiosa. "Este dia é uma festa para mim, uma bela festa. É o dia da vitória sobre a Alemanha Nazista", acrescentou a mulher, de 65 anos.

Entre 8 milhões e 10 milhões de ucranianos, civis e militares, morreram durante a Segunda Guerra (1939-1945), de acordo com historiadores


Homenagens aos últimos mortos

Mais cedo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, invocou os fantasmas do passado para criticar a ação russa. A Ucrânia não permitirá que a Rússia "se aproprie da vitória sobre o nazismo", declarou.

"Hoje, celebramos o dia da vitória sobre o nazismo. Estamos orgulhosos de nossos ancestrais, que, ao lado de outras nações da coalizão anti-Hitler, derrotaram o nazismo. Não deixaremos ninguém anexar essa vitória, apropriar-se dela", diz em um vídeo, no qual aparece caminhando por uma avenida do centro de Kiev.


Vladimir Putin buscou por vários meses estabelecer um laço entre a invasão da Ucrânia pela Rússia e os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, chamando o regime de Kiev de neonazista.

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O trabalhador Sergui Marmozin, de 46 anos, cujo avô morreu durante a Segunda Guerra Mundial, decidiu ignorar as brigas políticas, as quais afirmou que não vão impedi-lo de comemorar a data, que considera sagrada. Ao seu lado, alguns vieram homenagear os soldados mortos desde 24 de fevereiro na invasão russa.

Entre os presentes estava a professora aposentada Nina Minorova, de 72 anos. "Quero muito que essa guerra termine, porque nos causa muita tristeza", lamentou.

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