Nasa esclarece estranho fenômeno luminoso que surgiu no céu pelo mundo
‘Medusas’ vermelhas são resultado de descargas elétricas e só podem ser registradas com câmeras especiais ou a partir do espaço
Internacional|Do R7
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Estranhas luzes avermelhadas pairando sobre tempestades em diferentes partes do mundo chamaram a atenção de usuários nas redes sociais nos últimos dias. As imagens, que rapidamente viralizaram, alimentaram especulações e teorias improváveis, que lembram histórias de ficção científica.
Diante da repercussão, a Nasa divulgou explicações detalhadas para esclarecer o fenômeno, ressaltando que se trata de um evento natural conhecido como “red sprite”, um tipo raro de descarga elétrica que ocorre muito acima das nuvens de tempestade.
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Ao contrário dos relâmpagos tradicionais, que avançam em direção ao solo, os “sprites” se projetam para o alto, atingindo a mesosfera, região situada entre 50 e 90 quilômetros acima da superfície terrestre. Nesse ambiente, a interação entre a energia liberada e moléculas de nitrogênio produz o brilho vermelho que surpreendeu observadores. A velocidade com que surgem e desaparecem, em frações de milésimo de segundo, contribui para a aura de mistério que sempre envolveu essas manifestações luminosas.
As formações lembram medusas porque apresentam uma “cabeça” brilhante no topo e filamentos estendidos para baixo, criando silhuetas complexas e fascinantes, parecidas com águas-vivas ou medusas. Essas estruturas só se formam quando tempestades extremamente intensas ocorrem na camada inferior da atmosfera. Além da raridade, a curta duração torna difícil registrá-las sem equipamentos específicos, o que explica por que tantas pessoas se espantaram ao vê-las capturadas em imagens recentes.
Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional vêm observando esses fenômenos de um ponto privilegiado. Um dos registros mais impressionantes surgiu durante uma passagem orbital sobre um sistema de tempestades de grande porte. A fotografia revelou detalhes impossíveis de detectar do solo, reforçando o interesse científico em torno dos “sprites”. Nos Estados Unidos, especialistas têm recorrido também ao projeto Spritacular, que reúne contribuições de fotógrafos amadores para mapear ocorrências e padrões.
A Nasa afirmou, em publicações acompanhadas de fotos coletadas por participantes do Spritacular, que não há qualquer indício de anomalia ou atividade de origem desconhecida. Os formatos incomuns, muitas vezes comparados a criaturas fantásticas ou até a referências da cultura pop, como monstros da série Stranger Things, são totalmente compatíveis com processos elétricos nos altos níveis da atmosfera terrestre.
A agência destacou ainda que esses fenômenos, apesar de discretos, ajudam a compreender como a energia se distribui durante tempestades severas. Seu estudo aprofunda o conhecimento sobre perturbações eletromagnéticas de longa distância e pode aprimorar previsões meteorológicas, além de contribuir para modelos de comportamento elétrico da atmosfera.
Especialistas lembram que essas luzes não oferecem risco à aviação comercial, já que ocorrem muito acima das rotas utilizadas por aeronaves. A divulgação das explicações visa justamente combater interpretações equivocadas que circularam nas redes, reforçando que as “medusas vermelhas” são parte de um conjunto de fenômenos conhecidos como Eventos Luminosos Transitórios.
Assim, o que parecia ser um enigma celestial é, na verdade, uma rara e espetacular demonstração do comportamento elétrico da atmosfera terrestre. Em noites de tempestade intensa, enquanto relâmpagos cruzam o céu abaixo, descargas discretas, quase invisíveis a olho nu, podem estar se expandindo silenciosamente a dezenas de quilômetros de altitude, revelando, por instantes, a beleza de um dos fenômenos mais elusivos da natureza.
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