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Nascido nos EUA, ex-fuzileiro naval escapa por pouco de ser deportado

Veterano do Afeganistão, Jilmar Ramos-Gomez voltou com medalhas e danos psicológicos; após audiência, polícia o entregou para a imigração

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Jilmar Ramos-Gómez foi fuzileiro naval e combateu pelos EUA no Afeganistão
Jilmar Ramos-Gómez foi fuzileiro naval e combateu pelos EUA no Afeganistão

Jilmar Ramos-Gomez, 27, é um veterano dos fuzileiros navais dos EUA, serviu no Afeganistão de 2011 a 2014 e ganhou diversas medalhas por seus serviços. Nascido e criado no Michigan, poderia ser considerado um herói nacional em seu país.

No entanto, durante três dias em dezembro, Ramos-Gómez ficou detido por agentes da ICE (Agência de Imigração e Alfândega dos EUA, na sigla em inglês) e quase foi deportado para fora do país onde nasceu, o mesmo que ele arriscou a vida para defender.

Segundo sua família contou à imprensa norte-americana, Jilmar voltou com um caso sério de síndrome do estresse pós-traumático e costuma ter episódios em que perde a memória e a noção do que está fazendo.

Fogo no hospital


Em 21 de novembro de 2018, ele foi preso, acusado de ter causado um pequeno incêndio alguns dias antes dentro de um hospital em Grand Rapids, próximo à cidade de Wyoming, onde ele mora. Além do fogo, ele acionou o alarme do hospital e invadiu o heliponto.

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No dia 14 de dezembro, ele se declarou culpado em uma audiência judicial e, pela decisão do juiz, deveria aguardar em liberdade até sua sentença ser decidida. A polícia, no entanto, o entregou para os homens da ICE.


Segundo uma nota divulgada pela agência, Jilmar teria dito em depoimento à polícia que seria um imigrante vivendo ilegalmente no país e que, por isso, eles estariam providenciando sua deportação.

Família revoltada


"Quase tive um ataque do coração quando me contaram que meu filho estava com a imigração. Eles não se importaram com o que ele fez pelo seu país. Isso me deixa furiosa", disse a mãe dele, Maria Gómez, à imprensa local.

Jilmar foi levado para um centro de detenção para imigrantes a cerca de 120 km de sua casa.

Depois de três dias de muita insistência de sua família e advogados, a agência de imigração finalmente checou o passaporte que estava com ele desde a detenção, descobriu que ele era um cidadão norte-americano e o liberou.

Entidade cobra posição

A ACLU (União Americana para a Liberdade Civil, na sigla em inglês), entidade que defende os direitos civis no país, fez um pedido à polícia de Michigan, para que seus homens parem de entregar detidos por outros casos à imigração sem uma triagem.

"É incompreensível que a polícia enrtregue um cidadão norte-americano vulnerável e com doença mental à ICE para que ele possa ser deportado de seu país, um país que ele defendeu no campo de batalha", disse a entidade em uma nota oficial.

Para a entidade, Jilmar Ramos-Gomez foi selecionado para a deportação exclusivamente com base em seu nome e perfil étnico. Sua cidadania foi totalmente ignorada pela ICE.

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