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Nicarágua aprova lei para controlar produção cinematográfica e audiovisual

Profissionais afirmam que o governo de Ortega quer censurar a liberdade de criação e de expressão no país

Internacional|Do R7

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega

O parlamento da Nicarágua aprovou nesta quinta-feira (13) uma lei para controlar toda a produção cinematográfica e audiovisual do país, realizada por empresas ou particulares, segundo documentos da câmara.

"Esta lei vem promover, divulgar e regular as atividades de cinematografia e arte audiovisual", declarou o deputado sandinista Wálmaro Gutiérrez durante o debate, que terminou com a aprovação da iniciativa por unanimidade. "Esta é uma lei que vem fortalecer a Cinemateca Nacional, e não perseguir os detentores ou donos de telefones celulares, e sim proteger o acervo cultural e cinematográfico” do país.

"Não é porque eu tenho um celular e faço um vídeo que me torno um produtor audiovisual", explicou Gutierrez, rejeitando as críticas segundo as quais o projeto busca controlar as publicações de vídeos nas redes sociais.

A criação de vídeos com fins jornalísticos não estaria sob a normativa, segundo deputados consultados pela AFP. As atividades que serão regulamentadas são "as referentes à criação, produção de imagens em movimento em seus diferentes formatos, como cinema, vídeo digital e qualquer outro meio conhecido ou a conhecer”, indica o texto da lei, que define os parâmetros para considerar que um filme é nacional.


Cineastas independentes divulgaram um comunicado no qual afirmam que as atribuições à lei têm um caráter de “controle e censura”, e que sua ambiguidade se presta a interpretações que representam “uma ameaça à liberdade de criação e de expressão cinematográfica”.

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A nova normativa para a atividade cinematográfica foi precedida pela dissolução da Associação Nicaraguense de Cinema em abril, como parte do cancelamento de mais de 2.000 ONGs ordenado pelo Parlamento e pelo Ministério do Interior nos últimos quatro anos.


Membros da extinta Anci, que funcionou por 34 anos, disseram à AFP que o Legislativo está apenas oficializando o que já era um requisito para trabalhar na indústria cinematográfica, e que "se tornou extremamente difícil" fazer cinema no país.

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