Nicarágua: promotoria considera brasileira culpada por própria morte
Segundo versão dos promotores, Raynéia Gabrielle Lima dirigiu 'de forma descontrolada e em atitude suspeita'. Ela foi morta com um tiro no peito
Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7
A estudante pernambucana de medicina Raynéia Gabrielle Lima, morta a tiros na Nicarágua no último dia 23 de junho, foi considerada culpada pela própria morte pela promotoria do país por "dirigir de forma descontrolada e em atitude suspeita". As informações foram divulgadas pelo jornal La Prensa nesta sexta-feira (3).
De acordo com a publicação, a apresentação da promotoria é "inverossímil".
Por conta desta versão, o ex-militar Pierson Gutierrez Solis, de 42 anos, foi acusado de homicídio (quando não há intenção de matar) e porte ilegal de arma de fogo — conclusão que deve significar um período menor de pena em relação a uma acusação de assassinato (quando há a intenção de matar), segundo o jornal.
Versão do ex-militar
O ex-militar contou à promotoria que voltava de Ciudad Sandino, em Manágua, às 22h do dia 23 de junho, quando decidiu visitar dois guardas amigos em uma guarita situada em uma área residencial. Foi por onde Raynéa passou de carro.
O La Prensa relata que, pela audiência, os três sentiram que suas vidas corriam perigo ao observar como a estudante dirigia. Um deles teria disparado para o ar em advertência, mas a bala acabou por atingir a brasileira — que ainda dirigiu por pouco mais de 100 m até cair no chão, ser encontrada pelo próprio noivo e levada para o Hospital Militar.
Raynéa foi a óbito durante uma cirurgia na instituição de saúde e seu corpo foi enterrado nesta sexta-feira por volta das 11h no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, região metropolitana do Recife, no Pernambuco.