Vinte e quatro pessoas começaram a ser julgados nesta quinta-feira (2) pelo assassinato de duas jovens escandinavas no Marrocosem dezembro de 2018. As informações são da rede de notícias britânica BBC.
Os corpos da dinamarquesa Louisa Vesterager Jespersen, de 24 anos, e da norueguesa Maren Ueland, de 28, foram encontrados no dia 17 de dezembro em uma área sem policiamento e de difícil acesso na Cordilheira do Atlas — cadeia de montanhas no noroeste da África que se enstende pelo Marrocos. O local é um destino turístico muito procurado para trilhas e caminhadas.
Segundo a BBC, os réus são acusados de formar uma célula terrorista. Três deles enfrentam ainda acusações de prometer lealdade ao Daesh (grupo extremista também conhecido como Estado Islâmico) e podem ser sentenciados à morte.
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As famílias das vítimas e seus advogados não comparecerão ao julgamento.
Na ocasião da morte das jovens, os criminosos divulgaram um vídeo mostrando propositalmente uma das execuções, com uma das mulheres gritando enquanto um homem corta seu pescoço com o que parece ser uma faca de cozinha. A autenticidade das imagens chegou a ser confirmada por serviços de inteligência da Dinamarca.
Após o assassinato de Louisa e Maren, que estudavam na Universidade do Sudeste da Noruega, autoridades dinamarquesas e norueguesas emitiram declarações pedindo que os cidadãos de seus países evitem fazer trilhas sem guias locais no Marrocos. Um enviado especial da Dinamarca acompanha as investigações.
Histórico
O Marrocos parece relativamente isolado dos ataques de extremistas islâmicos que se alastram por outros países do norte da África. O último atentado com bomba em território marroquino se deu em 2011, quando 17 pessoas morreram em uma explosão em um restaurante em Marrakech.
Em 2015, o país intensificou seu combate aos grupos armados com a criação de sua própria versão do FBI. O órgão de polícia diz já ter desmembrado 57 células de organizações extremistas, oito delas em 2018.