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No México, criadores de fake news aumentam esforços antes da eleição

Páginas contra o candidato que lidera as pesquisas recebem milhares de curtidas, mas pouca interação, sugerindo uso de robôs, inclusive do Brasil

Internacional|Do R7

Páginas contra López Obrador aumentaram atividades
Páginas contra López Obrador aumentaram atividades

Às vésperas da eleição presidencial do México, no próximo domingo (1º), páginas no Facebook criticando o candidato da esquerda que lidera as pesquisas possuem publicações com milhares de “curtidas”, sem outras reações e sem comentários, sugerindo automação, informou nesta quinta-feira (28) um relatório do Atlantic Council.

Muitas “curtidas” nas páginas atacando Andrés Manuel López Obrador, um ex-prefeito da Cidade do México em sua terceira campanha à Presidência, vieram do Brasil, informou o instituto sediado em Washington. Uma “curtida” humana veio de um usuário dizendo comandar um grupo de especialistas em mídias sociais para contratação.

A enxurrada de manipulações nas redes sociais, que aumenta enquanto os mexicanos se preparam para votar, destaca como a cartilha para guerra de informação evoluiu desde a eleição presidencial norte-americana de 2016.

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Mesmo com diversos alertas avançados, novas contratações e parcerias, as redes sociais estão fracassando em frustrar técnicas mais avançadas.


Propaganda está alcançando eleitores mexicanos através de vários novos caminhos. Informações "fabricadas" compartilhadas estão mais frequentemente tomando a forma de vídeos, imagens e memes que se multiplicam mais rápido antes de detecção, disseram pesquisadores. Páginas misturam notícias reais com falsas para indicar credibilidade.

Tanto no Facebook, quanto no Twitter, redes automatizadas grandes e fáceis de serem identificadas estão dando lugar para redes menores e coordenadas, disse Ben Nimmo, do Atlantic Council. E o serviço de mensagens WhatsApp, do Facebook, se tornou o principal canal para compartilhamento de informações falsas em grupos fechados, o que deixa a companhia e autoridades no escuro, disseram pesquisadores.


“As pessoas que fazem e produzem propagandas computacionais estão e provavelmente sempre estarão um passo à frente”, disse Samuel Woolley, diretor do Laboratório de Inteligência Digital do Instituto para o Futuro.

Com López Obrador liderando a maioria das pesquisas com dois dígitos, é improvável que a eleição mexicana seja afetada por manipulação nas redes sociais, dizem especialistas.


Mas a eleição é um dos primeiros grandes testes desde que o Facebook reconheceu que informações de até 87 milhões de usuários podem ter ido para a consultoria política Cambridge Analytica, que trabalhou na campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O Facebook contratou mais verificadores de conteúdo, financiou pesquisas externas com grupos de checagem de fatos, de veículos incluindo a agência France-Presse e o Verificado, um grupo apoiado pela Al Jazeera e pela publicação mexicana Animal Politico.

Artigos classificados como falsos aparecem mais embaixo nos feeds dos usuários, diz o Facebook, embora a empresa não forneça detalhes do quão eficaz isto é no México. Usuários são alertados antes de compartilharem o conteúdo.

Uma equipe de funcionários do Facebook começou a se preparar para a eleição mexicana no final do ano passado, se encontrando semanalmente, disse Diego Bassante, que gerencia a equipe de política e governos na América Latina.

“Alguém pode criar uma conta falsa ou um troll? Sim, provavelmente”, disse. “Mas eventualmente eles serão encontrados e derrubados.”

Apesar disto, diversas páginas denunciadas por compartilhamento de notícias falsas permanecem ativas no Facebook com muitos seguidores.

Por exemplo, Nacion Unida, que o Verificado classificou como um dos distribuidores de notícias falsas mais prolíficos, possuía mais de 895 mil seguidores nesta semana. Outra página, Zocalo Virtual, que espalhou informações falsas sobre o ex-governador e bilionário Carlos Slim, possuía mais de 1,86 milhão de seguidores.

Pesquisadores concordam que é difícil determinar quem está por trás das páginas. Muitos se descrevem como cidadãos preocupados. Outros imitam veículos de notícias.

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