Norte-coreanos que se infiltraram em empresas dos EUA eram fãs dos ‘Minions’; entenda
Jornal diz que agentes da Coreia do Norte usaram fotos e referências de ‘Meu Malvado Favorito’ para conseguir empregos no país
Internacional|Do R7
RESUMO DA NOTÍCIA
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Norte-coreanos que se infiltraram em mais de 300 empresas dos Estados Unidos utilizaram perfis falsos com pseudônimos, fotos e referências diretas aos Minions, famosos personagens da animação “Meu Malvado Favorito”, para conseguir emprego nessas corporações.
As informações foram noticiadas pelo jornal The Wall Street Journal a partir de detalhes divulgados pelo FBI, a polícia federal dos EUA, sobre a investigação que levou à prisão de Christina Marie Chapman, uma norte-americana condenada por auxiliar os agentes da Coreia do Norte.
A fraude, segundo o Departamento de Justiça dos EUA, gerou mais de US$ 17 milhões (cerca de R$ 94 milhões) para os norte-coreanos. Entre as empresas vitimadas, incluem-se gigantes como Google, Amazon, Nike e Nvidia, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.
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Segundo o Wall Street Journal, os norte-coreanos envolvidos, que se apresentavam como trabalhadores de TI (tecnologia da informação), utilizaram nomes derivados de “Gru”, que é como se chama o protagonista da animação, para se candidatar às vagas das empresas dos EUA.
Inicialmente, o FBI acreditou que o nome pudesse ser uma referência à GRU, a agência de inteligência militar da Rússia. Em vez disso, descobriu-se que era apenas uma homenagem a Felonius Gru, o líder supremo dos Minions.
A obsessão dos norte-coreanos pelos personagens amarelos de “Meu Malvado Favorito” virou uma pista valiosa para que os investigadores conseguissem conectar várias identidades suspeitas e rastrear as redes de fraude cibernética estabelecidas pelo regime de Kim Jong-un.
Apoiadora norte-americana
Christina Marie Chapman, ex-garçonete e massagista, foi condenada a 8 anos e meio de prisão depois de admitir ter roubado as identidades de 68 cidadãos norte-americanos para o esquema.
Esses dados, segundo as autoridades, eram fornecidos a norte-coreanos, que os usavam para conseguir empregos remotos em empresas norte-americanas.
Para dar a impressão de que os trabalhadores estavam nos EUA, Christina enviava dispositivos eletrônicos, como laptops, para uma cidade chinesa próxima à fronteira com a Coreia do Norte.
Além disso, mais de 90 laptops foram encontrados na residência de Christina, no Arizona, durante uma busca realizada pelas autoridades em 2023. A mulher chegou a contratar duas pessoas para ajudá-la a manter a operação na residência, que funcionava desde 2020.
No dia 30 de junho, o Departamento de Justiça dos EUA disse que descobriu 29 locais como a casa de Christina, chamados de “fazendas de laptops”, que eram usados por trabalhadores norte-coreanos de TI (tecnologia da informação) para obter empregos remotos ilícitos em empresas norte-americanas.
O termo “fazendas” é usado porque essas residências abrigavam vários laptops funcionando ao mesmo tempo, como uma espécie de “plantação” de dispositivos que geravam lucros para o esquema.
Ligações com o regime norte-coreano
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, os norte-coreanos envolvidos no esquema tinham conexões com o Departamento da Indústria de Munições da Coreia do Norte, responsável pela produção de mísseis balísticos e armas do regime.
“O regime norte-coreano usou esse esquema para financiar seu programa nuclear, vitimando empresas e cidadãos dos Estados Unidos”, afirmou Roman Rozhavsky, diretor assistente de contrainteligência do FBI, ao jornal New York Post.
“A Coreia do Norte não é apenas uma ameaça à pátria vinda de longe. É um inimigo interno. Ela está cometendo fraudes contra cidadãos americanos, empresas americanas e bancos americanos. É uma ameaça à população em geral em todos os sentidos da palavra”, disse em um comunicado a procuradora-geral Jeanine Pirro.
Christina se declarou culpada em fevereiro deste ano pelos crimes de conspiração para fraude eletrônica, roubo de identidade qualificado e conspiração para lavagem de dinheiro. Ela foi presa em maio de 2024, no Arizona, junto com três cidadãos norte-coreanos ligados ao esquema.
Como parte da sentença, Christina foi condenada a devolver cerca de US$ 176,8 mil (aproximadamente R$ 980 mil) que ganhou com a operação, além de US$ 284 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) em lucros que seriam repassados aos norte-coreanos.
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