Nova estratégia americana visa conter influência da China na América Latina, diz especialista
Professora analisa política externa de Trump e acirramento das tensões com Maduro na Venezuela
Internacional|Do R7
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Desde a última quinta-feira (4), a Venezuela está praticamente isolada do resto do mundo, quando as últimas companhias aéreas internacionais cancelaram as operações no país. Depois que os Estados Unidos anunciaram um aumento da atividade militar no Caribe ao redor do território venezuelano, com o pretexto de combate ao tráfico de drogas, mais de dez empresas suspenderam as viagens ao local.
Fora o combate às drogas, os planos americanos visam ajudar a conter a imigração ilegal, reduzir o tráfico de pessoas, controlar rotas de trânsito em situações de crise e ampliar o acesso a locais de importância estratégica. As medidas estão em linha com os recentes ataques americanos aos venezuelanos, que tiveram mais de 20 embarcações afundadas desde o meio do ano. Em meio à escalada na crise, o ditador Nicolás Maduro pediu apoio dos brasileiros durante um programa de televisão.
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Em entrevista ao Jornal da Record News, a professora de relações internacionais da ESPM Denilde Holzhacker interpretou o pedido de ajuda de Nicolás Maduro ao Brasil como uma tentativa de sensibilizar a opinião pública brasileira: “Hoje um envolvimento direto, um apoio explícito ao governo Maduro seria visto de forma muito negativa internamente no Brasil. Então acho que no caso o Maduro está tentando mudar esta posição para conseguir um aliado forte na América Latina que hoje tem interlocução com o Trump e que tem uma capacidade de negociação diferente de outros países.”

A professora analisa que a Venezuela não é o único país à procura de aliados, pois embora o documento anuncie o combate a americanos, ele também busca a atração de países que possam se tornar simpatizantes da missão. “São países que vão ser quase que cortejados para que se aproximem mais dos Estados Unidos. Aí a questão é menos ideológica e mais de investimentos e principalmente sobre a questão de acesso a minerais estratégicos por parte dos americanos”, completa.
Denilde também explicou que este reforço à militarização na América Latina tem como objetivo atender à questão doméstica de segurança nas fronteiras dos Estados Unidos. Ela compara as táticas americanas à Doutrina Monroe do século XIX, que tinha como ideia principal fazer uma “américa para os americanos”, ou seja, impedir qualquer influência exterior no continente e priorizar o domínio estadunidense.
Ela apontou, entretanto, que se naquela época o objetivo era diminuir o poder europeu, hoje o alvo é a China. “Os americanos vão se posicionar para conseguir não só competir com a China, mas garantir que as empresas e o governo americanos tenham uma supremacia frente a essa expansão chinesa que já vem acontecendo em vários países da América Latina”.
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