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Novo denunciante amplia acusações contra o Facebook

Ex-funcionário depôs no Congresso americano e fez denúncias parecidas com as já divulgadas por Frances Haugen

Internacional|Do R7

Rede social vem sendo acusada de pôr o lucro acima de tudo
Rede social vem sendo acusada de pôr o lucro acima de tudo

Um novo denunciante acusa o Facebook de pôr o lucro acima da moderação de conteúdo problemático, segundo o jornal Washington Post, enquanto o gigante das redes sociais luta para se livrar do escândalo causado pelas revelações de sua ex-funcionária Frances Haugen.

Leia também: Os pontos-chave do depoimento da ex-funcionária do Facebook

Segundo um artigo publicado no jornal americano na sexta-feira (22), esse segundo denunciante foi membro da equipe do Facebook encarregada da integridade física da plataforma e fez uma declaração sob juramento na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

Nesse documento, o ex-funcionário da empresa relata em particular comentários feitos em 2017, quando a companhia estava decidindo sobre a melhor forma de gerenciar a polêmica ligada à interferência da Rússia nas eleições presidenciais americanas de 2016 por meio de sua plataforma.


"Vai ser fogo de palha. Alguns legisladores vão ficar irritados. E então, em algumas semanas, eles vão se ocupar de outra coisa. Enquanto isso, estaremos imprimindo dinheiro no porão e vai ficar tudo bem", teria dito Tucker Bounds, membro da equipe de comunicações do Facebook, segundo o Post.

O segundo denunciante, ainda anônimo, assinou sua declaração em 13 de outubro, uma semana depois do testemunho contundente de Frances Haugen no Congresso dos Estados Unidos.


Frances Haugen fez diversas acusações contra a direção do Facebook
Frances Haugen fez diversas acusações contra a direção do Facebook

Essa ex-engenheira informática do Facebook, chamada de "heroína" por um senador democrata, reiterou que os chefes do grupo californiano, com Mark Zuckerberg à frente, "financiam seus lucros com a nossa segurança".

Anteriormente, ela tinha vazado ao Wall Street Journal documentos internos que lançavam nova luz sobre abusos conhecidos das redes sociais, como os problemas psicológicos de adolescentes superexpostas à vida e ao corpo aparentemente "perfeitos" de influenciadoras no Instagram.


De acordo com o Washington Post, a declaração desse novo depoente na SEC assegura que os administradores do Facebook minaram regularmente os esforços no combate à desinformação, ao discurso de ódio e a outros conteúdos problemáticos por medo de irritar o ex-presidente Donald Trump e seus aliados políticos e para não correr o risco de perder a atenção dos usuários, fundamental para seus lucros elevados.

Consultada pela AFP, Erin McPike, porta-voz do Facebook, destacou que o artigo estava "abaixo dos padrões do Washington Post, que durante os últimos cinco anos só escreveu depois de investigar os méritos e encontrar múltiplas fontes".

A companhia californiana há anos é alvo de uma polêmica atrás da outra, de sua moderação de conteúdo, especialmente no período eleitoral, à sua estratégia econômica, que muitos consideram que infringe as normas de concorrência.

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