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Novo referendo para o Brexit ganha força no Reino Unido

Em conferência nacional nesta terça-feira, Partido Trabalhista aprovou moção de apoio a um segundo referendo, caso acordo da saída não agrade

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Corbyn teve de aceitar decisão dos trabalhistas
Corbyn teve de aceitar decisão dos trabalhistas

A dificuldade da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, de definir um acordo interno para a implementação do Brexit não só está paralisando boa parte das decisões políticas do país, como abriu a possibilidade da realização de um novo referendo a respeito da saída britânica da UE (União Europeia).

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Tal hipótese ganhou força nesta terça-feira (25), quando, em Liverpool, durante conferência nacional, o Partido Trabalhista aprovou uma moção de apoio a um segundo referendo, caso haja um acordo insatisfatório para o Brexit.

O próprio porta-voz do partido, Keir Starmer, defendeu tal postura, que iria reverter todo um processo iniciado com o referendo que votou pela saída, em junho de 2016.

"Se a primeira-ministra retornar com um acordo que não atenda aos nossos interesses, e isso parece cada vez mais provável, vamos votar contra o acordo dela. Um Brexit vago ou no escuro é um salto para lugar nenhum, e não faremos parte dele."


A vitória dos favoráveis à saída da UE acabou causando uma forte divisão em todo o país. Há até conservadores que já se mostraram favoráveis à permanência. Entre os trabalhistas, então, a divisão atingiu até mesmo o líder do partido, Jeremy Corbyn, um eurocético, que passou a ser pressionado pelos seus pares e teve de flexibilizar sua posição.

A força dos que defendem a permanência do país no bloco europeu não pode ser desprezada. Os prefeitos de Londres, Sadiq Khan, e de Manchester, Andy Burham, ambos trabalhistas, são favoráveis a uma nova votação.


E até mesmo a opinião do ex-primeiro-ministro Tony Blair, antes criticado por tentar reverter o que já estava decidido, tem se mostrado mais coerente com o atual contexto. Blair sempre afirmou que um segundo referendo é inevitável.

May já pediu a Corbyn para deixar de lado a reivindicação por um novo referendo. O governo rejeita a hipótese e afirma que não há possibilidade dela ocorrer. Mas, na prática, a estabilidade do mesmo depende do Parlamento, que tem assistido a uma sequência de insucessos da primeira-ministra na tentativa de costurar um acordo.


Quando ela promete manter laços fortes com os europeus, desagrada membros mais conservadores. Dois ministros deixaram o governo, por causa de divergências, em julho último: Boris Johnson (Relações Exteriores) e David Davis (ministro especial para o Brexit). Por outro lado, se ela se distancia ainda mais do bloco, causa mal-estar nos países europeus, fortalece a oposição e perde apoio popular. E os trabalhistas acreditam que, se esse impasse persistir, a solução só virá com uma nova votação.

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