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Número 2 do grupo terrorista Hezbollah é morto em ataque israelense no Líbano

Ação aérea das Forças de Defesa de Israel, nesta sexta-feira, também eliminou outros dez terroristas

Internacional|Do R7

Ibrahim Aqil (foto) estava em prédio atingido por míssil Montagem/Redes sociais/Rewards for Justice

O homem considerado o número 2 na hierarquia do grupo terrorista Hezbollah foi morto nesta sexta-feira (20) em um ataque israelense a um edifício residencial em um subúrbio no sul de Beirute, capital do Líbano. Ibrahim Aqil comandou a Divisão de Operações da organização e atualmente era chefe interino do Estado-Maior da organização, respondendo diretamente ao secretário-geral, Hassan Nasrallah.

“Aqil era a pessoa mais próxima de Nasrallah. Com ele, dez comandantes seniores do Hezbollah foram eliminados”, afirmou o almirante Daniel Hagari, porta-voz das FDI (Forças de Defesa de Israel).

Aqil substituiu Fuad Shukr, assassinado em outro ataque aéreo conduzido por Israel, em 30 de julho deste ano, também no subúrbio ao sul de Beirute, controlado pelo Hezbollah.

Ele chegou a ficar ferido na explosão de pagers nesta semana e recebeu alta de um hospital nesta manhã, segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth.


Além de Aqil, foram mortos membros da alta liderança do Departamento de Operações e unidade Radwan. Os alvos eram arquitetos do “plano de conquista da Galileia”, no qual o Hezbollah planejava invadir o território de Israel, ocupar os assentamentos da Galileia e matar civis, de acordo com as FDI.

O Ministério da Saúde anunciou, em um balanço ainda preliminar, que pelo menos 12 pessoas morreram e 66 ficaram feridas, nove delas em estado crítico.


O Departamento de Estado americano oferecia uma recompensa de US$ 7 milhões (R$ 38,7 milhões) por informações que levassem à captura do terrorista morto nesta sexta-feira. Ele esteve envolvido nos atentados à Embaixada dos Estados Unidos e ao quartel da Marinha em Beirute, em 1983. Também participou de sequestros de cidadãos americanos e alemães no Líbano.

O que é o Hezbollah

Desde o ataque do grupo terrorista palestino Hamas a Israel, em 6 de outubro do ano passado, as tensões na fronteira com o Líbano também aumentaram, com investidas do Hezbollah, aliado do Hamas.


Hezbollah significa “Partido de Alá” ou “Partido de Deus”, nome que foi dado pelo ex-aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini.

A organização foi fundada no início da década de 1980, no Líbano, e conta com a maior fatia de apoio militar e financeiro iraniano. O grupo faz parte da estratégia do Irã de exportar os ideais da Revolução Islâmica, em 1979.

O Departamento de Estado dos EUA estimou, em 2018, que Teerã enviava mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões, na cotação atual) anualmente ao Hezbollah, cifra que caiu a partir de 2020 devido a sanções americanas, à queda da cotação do petróleo e à pandemia de Covid-19.

O secretário-geral da organização, Sayyid Hassan Nasrallah, afirmou, em 2016, que “o orçamento do Hezbollah, tudo o que ele consome, suas armas e mísseis, vem da República Islâmica do Irã”.

Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, em 2020 o Hezbollah havia se tornado o ator não estatal mais fortemente armado do mundo, com pelo menos 130 mil foguetes e mísseis.

O poder financeiro fez com que o Hezbollah entrasse para a política libanesa ao concorrer a cargos públicos pela primeira vez em 1992, conquistando postos importantes no governo e no setor econômico do país desde então.

O grupo foi o responsável pelo assassinato do então primeiro-ministro do Líbano Rafic Hariri, em um atentado com bomba, em 2005.

O Hezbollah tem algum apoio dentro do Líbano, principalmente da população xiita, mas a maioria da população não endossa suas ações.

Segundo o Wilson Center, durante a década de 1980 o Hezbollah realizou vários atentados suicidas contra pessoal e instalações dos EUA no Líbano, além de tomar dezenas de reféns estrangeiros, incluindo mais de uma dúzia de americanos.

Na Guerra do Líbano em 2006, o Hezbollah desempenhou um papel central como ator não estatal, ao entrar em confronto com as Forças de Defesa de Israel. O conflito começou quando o grupo capturou dois soldados israelenses na fronteira e lançou foguetes contra cidades e vilarejos no norte de Israel.

A organização demonstrou sua capacidade militar, disparando uma grande quantidade de foguetes em direção a Israel e causando danos materiais e baixas civis. A guerra resultou em uma intensa ofensiva israelense no sul do Líbano, mas o Hezbollah conseguiu resistir e infligir perdas significativas às forças israelenses.

O conflito se encerrou com um cessar-fogo mediado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e teve um impacto profundo na política e na segurança da região, consolidando ainda mais o status do Hezbollah no Líbano e no cenário internacional.

Nesta semana, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o país estava entrando em uma “nova fase” da guerra, com o foco se movendo para o norte, em uma referência à fronteira com o Líbano, território dominado pelo Hezbollah.

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