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O que é a ‘parede de drones’ que a Europa quer construir para se proteger da Rússia

Proposta é ventilada na União Europeia após drones russos invadirem espaço aéreo polonês no início de setembro

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A União Europeia está discutindo a construção de um "muro de drones" para defender as fronteiras ao leste contra aeronaves não tripuladas russas.
  • O projeto, denominado Muro de Drones do Báltico, envolve Polônia, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia, buscando fortalecer a defesa da Europa e da Otan.
  • O Eirshield, um sistema de defesa antidrone, será central na iniciativa, utilizando tecnologia de inteligência artificial para detectar e neutralizar drones.
  • O sucesso do projeto depende de decisões políticas em Bruxelas e já há investimentos nacionais significativos em defesa de drones por alguns países bálticos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Sistema de defesa Eirshield integrado ao veículo todo-terreno sueco Bandvagn 206
Sistema de defesa Eirshield integrado ao veículo todo-terreno sueco Bandvagn 206 Divulgação/DefSecIntel

A União Europeia discute a criação de uma “parede” ou “muro de drones” para reforçar a defesa das fronteiras ao leste diante da ameaça de aeronaves não tripuladas russas. A iniciativa foi mencionada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, em discurso no dia 10 de setembro, quando afirmou que a Europa “deve atender ao apelo” dos países bálticos para “construir um muro de drones”. Segundo ela, “esta não é uma ambição abstrata, é a base de uma defesa crível”.

O comissário de defesa da UE, Andrius Kubilius, confirmou que pretende reunir ministros da defesa para negociar a proposta após drones russos terem sido abatidos no espaço aéreo polonês no início de setembro. O projeto, conhecido como Muro de Drones do Báltico, envolve Polônia, Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia. O objetivo é fortalecer a linha de fronteira da União Europeia e da Otan contra ameaças vindas do leste.


No centro da iniciativa está o Eirshield, um sistema de defesa antidrone desenvolvido pela empresa estoniana DefSecIntel e pela letã Origin Robotics. O Eirshield combina radares, câmeras e detectores de radiofrequência para identificar drones e outros artefatos não tripulados. De acordo com o presidente da DefSecIntel, Jaanus Tamm, o sistema avalia a direção e o nível de ameaça de um drone para decidir se deve bloquear o sinal ou neutralizá-lo com outro drone.

O cofundador da Origin Robotics, Agris Kipurs, explicou que o sistema é “totalmente automático”, com uso de inteligência artificial em todas as etapas, da detecção à interceptação. Segundo ele, o Eirshield foi projetado para alvos de voo rápido, capazes de superar 200 quilômetros por hora, e pode ser equipado com diferentes tipos de drones, inclusive modelos já produzidos pela DefSecIntel. Kipurs destacou que o custo por uso é de “dezenas de milhares de euros”, valor inferior aos “alguns milhões” dos sistemas tradicionais de defesa aérea.


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Partes do Eirshield já foram utilizadas na Ucrânia, sendo acopladas a sistemas de armas para derrubar drones de baixa altitude como o Shahed - drone iraniano amplamente utilizado pelas forças russas. Para aplicação no báltico, Tamm afirmou que o equipamento deve ser adaptado aos padrões da Otan e ao uso em “tempos de paz”, o que implica maior cautela na identificação dos alvos. Entre as alternativas está o uso de redes ou pequenos drones para neutralizar aeronaves sem explosões.

O projeto, contudo, depende de definições políticas de Bruxelas. Empresas envolvidas esperam que a reunião convocada por Kubilius resulte em medidas concretas. “O que esperamos é a confirmação de que esse problema é sério e que eles querem agir. Não apenas ‘vamos nos reunir novamente e fazer outra declaração’, mas um plano muito concreto”, disse Tamm à Euronews Next.


Até o momento, a Comissão Europeia recusou uma proposta de financiamento de 12 milhões de euros apresentada por Estônia e Lituânia. Apesar da sugestão, governos nacionais já destinam recursos próprios: a Estônia reservou 12 milhões de euros em três anos, a Letônia firmou contratos de 10 milhões de euros para pesquisa e desenvolvimento, e a Lituânia informou ter recebido 11 milhões de euros da UE para compra de drones, incluindo três milhões para equipamentos antidrones.

Quando implementado, o muro de drones deverá substituir sistemas tradicionais de defesa antimísseis, mas pretende preencher uma lacuna diante do aumento do uso de drones em conflitos militares. Para Kipurs, a diferença está na natureza da ameaça. “Os sistemas atualmente em uso foram projetados para ameaças muito mais caras, como mísseis neutralizantes e aviação tripulada. Não foram projetados para interceptar drones de ataque. Essa ameaça é muito nova, então estamos apenas projetando para ela agora.”

Perguntas e Respostas

 

O que é o "muro de drones" que a Europa quer construir?

 

A União Europeia discute a criação de um "muro de drones" para reforçar a defesa das fronteiras ao leste, em resposta à ameaça de aeronaves não tripuladas russas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, mencionou a necessidade de atender ao apelo dos países bálticos para construir essa estrutura, afirmando que é a base de uma defesa credível.

 

Qual é o objetivo do projeto do muro de drones?

 

O objetivo do projeto, conhecido como Muro de Drones do Báltico, é fortalecer a linha de fronteira da União Europeia e da Otan contra ameaças vindas do leste. O comissário de defesa da UE, Andrius Kubilius, confirmou que pretende reunir ministros da defesa para discutir a proposta após a interceptação de drones russos no espaço aéreo polonês.

 

Como funciona o sistema Eirshield?

 

O Eirshield é um sistema de defesa antidrone desenvolvido pela empresa estoniana DefSecIntel e pela letã Origin Robotics. Ele combina radares, câmeras e detectores de radiofrequência para identificar drones e outros artefatos não tripulados. O sistema avalia a direção e o nível de ameaça de um drone para decidir se deve bloquear o sinal ou neutralizá-lo com outro drone.

 

Quais são as características do Eirshield?

 

O Eirshield é totalmente automático e utiliza inteligência artificial em todas as etapas, desde a detecção até a interceptação. Ele foi projetado para alvos de voo rápido, capazes de superar 200 quilômetros por hora, e pode ser equipado com diferentes tipos de drones. O custo por uso é de "dezenas de milhares de euros", inferior aos "alguns milhões" dos sistemas tradicionais de defesa aérea.

 

Onde o Eirshield já foi utilizado?

 

Partes do Eirshield já foram utilizadas na Ucrânia, acopladas a sistemas de armas para derrubar drones de baixa altitude, como o Shahed, um drone iraniano usado pelas forças russas. Para aplicação no Báltico, o equipamento deve ser adaptado aos padrões da Otan e ao uso em "tempos de paz", o que requer maior cautela na identificação dos alvos.

 

Quais são os desafios políticos para a implementação do projeto?

 

O projeto depende de definições políticas de Bruxelas. As empresas envolvidas esperam que a reunião convocada por Kubilius resulte em medidas concretas, e não apenas em declarações. A Comissão Europeia já recusou uma proposta de financiamento de 12 milhões de euros apresentada por Estônia e Lituânia, mas os governos nacionais estão alocando recursos próprios para o projeto.

 

Como o muro de drones se compara aos sistemas tradicionais de defesa?

 

Quando implementado, o muro de drones deverá substituir sistemas tradicionais de defesa antimísseis, preenchendo uma lacuna diante do aumento do uso de drones em conflitos militares. A diferença está na natureza da ameaça, já que os sistemas atuais foram projetados para ameaças mais caras, como mísseis e aviação tripulada, e não para interceptar drones de ataque.

 

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