Odebrecht vai pagar US$ 181 milhões e cooperar com MP do Peru
Empreiteira pagará US$ 181 milhões (cerca de R$ 711 milhões) e entregará documentos e dados sobre propinas para continuar atuando no país
Internacional|da Ansa Brasil
A Odebrecht e o Ministério Público (MP) do Peru assinaram neste fim de semana um acordo de cooperação em que a construtora entregará documentos e dados sobre o repasse de propina para funcionários públicos no país.
O acordo foi firmado no sábado (8) e, segundo o procurador Rafael Vela, a Odebrecht pagará US$ 181 milhões (cerca de R$ 711 milhões) de indenização pelos próximos 15 anos. Com isso, a construtora poderá continuar operando no Peru.
"Eles [Odebrecht] têm a obrigação de continuar colaborando, continuar entregando provas documentais de acordo com as demandas da promotoria", informou Vela, em entrevista ao jornal "El Comercio".
Leia também
Segundo a imprensa peruana, a primeira parcela da indenização será de US$ 23 milhões (cerca de R$ 90 milhões).
Com o acordo, o MP peruano acredita que poderá conseguir informações importantes para os inquéritos contra os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011), Ollanta Humala (2011 -2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016 -2018), bem como a líder da oposição Keiko Fujimori.
De todos eles, o único formalmente acusado é Toledo, suspeito de ter recebido US$ 20 milhões (cerca de R$ 78 milhões) em propinas da Odebrecht. O ex-presidente mora na Califórnia, nos Estados Unidos, e o Peru já pediu sua extradição. García, Humala e Kuczynski ainda estão sendo investigados pela procuradoria.
A empreiteira brasileira confessou à Justiça norte-americana ter pagado US$ 29 milhões (cerca de R$ 114 milhões) em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014.
Além do Peru, a Odebrecht já assinou acordos de cooperação com outros cinco países: Estados Unidos, República Dominicana, Suíça, Equador e Guatemala.