OMS diz que maioria das pessoas continua suscetível ao coronavírus
Mesmo nas regiões mais afetadas pela doença, apenas 20% dos cidadãos criaram imunidade, com taxa caindo para 10% em regiões menos afetadas
Internacional|Da EFE
A Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (18) que a maioria da população do planeta continua susceptível ao novo coronavírus e que nas regiões mais afetadas no máximo 20% das pessoas desenvolveu alguma imunidade.
"A OMS apoia plenamente o desejo dos países de se reerguerem, de continuar com o trabalho. Precisamente porque queremos que o mundo se recupere o mais rápido possível, pedimos aos países para serem cautelosos", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Tedros abriu hoje a reunião anual da organização, que é considerada histórica pelo contexto de pandemia. Isso inclusive levou o encontro a ser realizado de maneira virtual e abreviada, com dois dias de duração e uma agenda voltada para o coronavírus.
"Aqueles que se movem muito rápido, sem um sistema de saúde pública capaz de detectar e reprimir a transmissão, correm o risco de afetar sua própria recuperação", destacou o político etíope.
Apenas 20% de imunidade
O diretor-geral da OMS revelou que os resultados dos estudos serológicos que estão sendo realizados em dezenas de países apontam que apenas 10% de suas populações possuem anticorpos contra o vírus - o percentual sobe para 20% nas regiões específicas onde o patógeno tem circulado intensamente.
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Esses resultados deixam infundada a posição de alguns especialistas que estão apostando na imunidade de grupo - o que alguns chamam de "efeito rebanho" - como uma forma de deter a pandemia.
Com autoridades de saúde em cerca de 200 países ouvindo remotamente seu discurso, Tedros argumentou que nenhuma das medidas tomadas para conter a transmissão do coronavírus foi suficiente, por si só, para fazer a diferença.
Somente os países que tomaram medidas combinadas de detecção de casos, rastreamento de contatos, isolamento de pessoas infectadas, contenção e promoção da higienização das mãos obtiveram bons resultados. "E a OMS está comprometida com isso", frisou.
Transparência no combate à pandemia
Além disso, o líder da OMS garantiu que ele e sua equipe agem de forma transparente e apoiam os pedidos para que haja uma avaliação de como eles agiram nas diferentes fases desta pandemia. Nesse sentido, apoiou uma resolução que a União Europeia apresentou nesta assembleia mundial e que propõe uma análise completa e imparcial das decisões tomadas pela liderança da organização, que foi publicamente criticada pelo governo americano por sua suposta má administração da crise sanitária.
"Eu mesmo iniciarei uma avaliação independente assim que puder para examinar as lições aprendidas e fazer recomendações que melhorarão a capacidade de resposta às pandemias, em nível nacional e global", prometeu Tedros.