OMS estima que África deve vacinar 70% da população só em 2024
Somente dois arquipélagos do continente conseguiram alcançar o patamar de imunização que pode controlar os casos de Covid-19
Internacional|Do R7
A África alcançaria o objetivo de 70% de sua população vacinada contra a Covid-19 em agosto de 2024, de acordo com projeções anunciadas nesta terça-feira (14) pela OMS, que mais uma vez pediu para acelerar as campanhas de vacinação para "salvar muitas vidas".
A meta de 70% é considerada fundamental para poder controlar a pandemia, lembrou o escritório regional para a África da Organização Mundial da Saúde (OMS) em sua coletiva de imprensa habitual online.
No entanto, até 13 de dezembro, somente 20 países africanos vacinaram ao menos 10% de sua população, outros seis apenas 40% e somente dois (os arquipélagos de Mauricio e Seychelles) 70%.
"No ritmo atual, a OMS calcula que terá que esperar até maio de 2022 para que haja uma cobertura de 40% da população vacinada na África e 70% em agosto de 2024", indicou a OMS-África em um comunicado.
"Mas podemos salvar muitas vidas ainda se acelerarmos o ritmo da vacinação no início de 2022", afirmou sua diretora, Matshidiso Moeti.
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A OMS-África também destacou que durante a semana passada registrou um aumento de 83% de novos casos de Covid-19, causado pela variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul em 24 de novembro.
A África está sofrendo uma quarta onda da pandemia.
"A quantidade de novos casos dobra a cada cinco dias, sendo este o índice de maior rapidez registrado desde o início deste ano", acrescenta, embora observe "menos mortes" em relação aos surtos anteriores. "Inclusive, o número de mortes caiu em 19% em relação à semana anterior", destaca a organização.
"Acreditamos, com um otimismo prudente, que a quantidade de mortes e casos graves continuarão sendo baixos nesta nova onda, mas o ritmo lento da vacinação na África sugere que serão muito mais elevados do que deveriam", explicou a doutora Moeti.
No total, foram reportados mais de 2.700 casos da variante ômicron em 59 países do mundo, incluindo 11 africanos, que representam 33% do número global de casos, de acordo com a OMS.