ONG acusa Malta de não dar água e comida para navio com imigrantes
País disse que não tem obrigação legal de ajudar, já que 100 pessoas foram resgatadas fora de seu território e negou que eles desembarcassem na ilha
Internacional|Da EFE
Malta rejeitou ceder um porto e fornecer água e alimentos ao navio humanitário Eleonora, localizado perto das águas territoriais do país com 100 migrantes resgatados no Mediterrâneo, segundo acusou a ONG alemã Mission Lifeline.
"Malta nos nega o fornecimento de água e comida. O fornecimento solicitado por um navio comercial para amanhã de manhã foi rejeitado. Nossos hóspedes e nós estamos morrendo de fome e sede", explicou nas redes sociais o capitão da embarcação, Claus Peter Reisch.
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No domingo passado, o navio humanitário resgatou 100 migrantes que estavam em um bote de borracha prestes a afundar perto do litoral da Líbia. Na segunda-feira (26), a ONG informou nas redes sociais seguia rumo ao norte com os resgatados.
As autoridades maltesas rejeitaram dois pedidos para a concessão de um porto seguro onde os migrantes possam desembarcar. O presidente da ONG, Axel Steier, disse ao jornal Times of Malta que o Ministério do Transporte da ilha também rejeitou nesta terça-feira (27) o pedido de alimentos e água potável.
Ao negar a permissão de desembarque, o Centro de Coordenação de Resgate de Malta alegou que o país não tem "obrigação legal" porque os migrantes foram resgatados fora das suas águas territoriais. O órgão também argumentou que a ilha não tem "capacidade física" para receber mais migrantes, nem sequer temporariamente.