Ônibus cheio? Irlandês resolve o problema furtando coletivo da garagem

Um jovem irlandês protagonizou um episódio inusitado ao furtar um ônibus da companhia estatal Bus Éireann e dirigir o veículo de Donegal até Dublin, após descobrir que o coletivo regular que ele costuma pegar estava lotado.

Derek Dunne, de 24 anos, admitiu o crime, nesta semana, perante o Tribunal de Letterkenny, no norte da Irlanda, e ouviu do juiz que havia cometido um “crime muito incomum”.

O incidente ocorreu em 10 de julho de 2023, quando Dunne, morador de Dublin, decidiu se apropriar de um ônibus estacionado no terminal da empresa em Letterkenny. Ele esperou o motorista sair, entrou em vários veículos e, após cerca de 45 minutos no banco do motorista, ligou o motor e partiu em direção à capital irlandesa por volta das 0h40.

Durante o trajeto, ele percorreu aproximadamente 237 quilômetros pela rodovia M1, até abandonar o ônibus na Sheriff Street, área ao norte de Dublin. O veículo, avaliado em 390 mil euros (cerca de R$ 2,4 milhões), foi encontrado intacto, com a chave ainda na ignição. Nenhum dano foi registrado.

A polícia irlandesa foi alertada pela empresa Bus Éireann na manhã seguinte sobre o desaparecimento do veículo e, horas depois, o localizou. As investigações confirmaram o envolvimento de Dunne por meio de imagens de câmeras de segurança.

Ao ser interrogado em setembro, o acusado confessou o roubo e explicou que havia decidido “pegar o próprio ônibus” após ser informado de que o transporte noturno estava cheio. Segundo seu advogado, Daniel Comerford, o réu agiu por impulso e pânico, sem intenção de causar prejuízo à empresa.

A defesa destacou que Dunne, sem antecedentes criminais graves, cresceu em um ambiente familiar com problemas de drogas e havia trabalhado no setor de transporte pesado, influenciado por um tio. O irlandês, no entanto, não possuía licença para conduzir veículos de grande porte.

O juiz John Aylmer considerou o episódio arriscado, mas reconheceu que o acusado cooperou integralmente com as autoridades e se declarou culpado antecipadamente. A pena inicial de dois anos foi reduzida para 18 meses e, em seguida, suspensa integralmente.

Dunne deverá permanecer sob supervisão do serviço de liberdade condicional pelo mesmo período. O magistrado classificou o caso como “extraordinário” e disse que o réu é um jovem “com fascínio incomum por veículos pesados”, mas que merecia uma segunda chance.

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