ONU condena violência no Congo e diz que 13 milhões pedem ajuda
Conselho de Segurança da ONU condena assassinatos de dissidentes e alerta para risco de uma catástrofe humanitária na República Democrática do Congo
Internacional|Fábio Fleury, do R7 com agências internacionais
A guerra civil que assola a República Democrática do Congo desde 2013 coloca em risco um total de 13 milhões de pessoas, segundo o Conselho de Segurança da ONU.
Segundo um relatório divulgado pela entidade hoje, o número de atingidos dobrou no último ano, conforme a violência vai se intensificando.
Números da guerra
Segundo o subsecretário-geral da ONU, Mark Lowcock, esses 13 milhões de pessoas necessitam urgentemente de ajuda humanitária. As crianças, como sempre, estão mais vulneráveis.
"Mais de 4,6 milhões de crianças estão com desnutrição aguda, 2,2 milhões delas são casos severos de desnutrição. Há uma infinidade de epidemias, e isso inclui o maior surto de cólera em 15 anos. Também há uma epidemia de violência sexual, a maior parte dos casos não é denunciada muito menos investigada, e muitos deles são contra crianças", alertou Lowcock.
Causas
A principal causa da guerra é a situação política do país. O presidente Joseph Kabila já deveria ter sido substituído há anos, mas sucessivos atrasos na realização da eleição aumentam as tensões.
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A eleição estava marcada para novembro de 2016 e foi adiada para dezembro deste ano. Mas o comitê eleitoral já deu pistas de que a votação não será possível até abril de 2019.
Enquanto isso, a oposição ao presidente vem aumentando. No relatório da ONU, a entidade condena o assassinato 'injustificável' de 47 pessoas durante protestos contra Kabila no ano passado.