ONU diz que 689 mil deixaram casas na Síria por ofensiva do governo
O número, maior que o esperado, destaca a busca dos refugiados por segurança e alarma órgãos de direitos humanos
Internacional|Da EFE
Um porta-voz da ONU revelou nesta segunda-feira (10) que quase 700 mil pessoas foram deslocadas, desde o dia 1º de dezembro do ano passado, por conta da ofensiva das tropas da Síria e sua aliada Rússia no noroeste sírio. As operações militares ainda continuam focadas em Aleppo ocidental.
"Desde 1º de dezembro, 689 mil mulheres, crianças e homens se mudaram de suas casas no noroeste da Síria. Este é um salto significativo em relação à nossa estimativa anterior de 586 mil", disse à Agência Efe, o porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) na Síria, David Swanson.
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Ele considerou que a crise agora "está fora de controle", em um momento onde os civis, mais de 80% são mulheres e crianças, continuam fugindo "para o norte, áreas consideradas mais seguras, que estão encolhendo rapidamente, à medida que os avanços territoriais continuam contra as forças da oposição".
"Como resultado dos ataques aéreos e dos bombardeios do fim de semana, pelo menos 19 pessoas morreram, enquanto outras dezenas ficaram feridas, muitas delas mulheres e crianças", disse o porta-voz da ONU.
Em nove meses de ofensiva, mais de 1,5 mil civis foram mortos, "um número que deve aumentar devido à intensidade da violência", disse Swanson.
Ofensivas alarmam órgãos de direitos humanos
O oeste e o sul da província de Aleppo são agora o foco principal da operação militar das tropas leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, após a captura da cidade de Saraqeb, no leste de Idlib.
O Exército sírio está a poucos quilômetros de controlar a rodovia M5, uma das principais estradas do país que liga as duas cidades mais importantes da Síria: Damasco e Aleppo.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, aviões russos bombardearam a cidade de Abyan hoje pela manhã, deixando mortos, incluindo seis crianças e duas mulheres.
Da mesma forma, a ONG elevou para 18 o número de mortos por diferentes ataques aéreos e de artilharia ontem em Aleppo.