Logo R7.com
Logo do PlayPlus

ONU pede investigação de possíveis 'crimes de guerra' no Tigré

Em novembro de 2020 região foi alvo de bombardeios, massacres por parte das Forças Armadas eritreias e graves abusos

Internacional|Da AFP

Moradores da região fugiram para evitar massacres e bombardeios
Moradores da região fugiram para evitar massacres e bombardeios

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu uma "investigação independente e objetiva" na região etíope de Tigré, depois de constatar violações que poderiam ser consideradas "crimes de guerra e contra a humanidade".

Em um comunicado, Bachelet cita "incidentes graves ocorridos em novembro do ano passado, como bombardeios indiscriminados nas cidades de Mekele, Humera e Adigrat, na região de Tigré, e graves violações e abusos, incluindo massacres em Aksum e em Dengelat, no centro de Tigré, por parte das Forças Armadas eritreias".

"São graves violações do direito internacional que podem representar crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos por múltiplos atores neste conflito", declarou.

Entre os atores estão as Forças Armadas etíopes e eritreias, a Frente de Libertação Popular de Tigré (TPLF) e várias milícias, segundo o comunicado.


Todo isto, de acordo com Bachelet, destaca a "necessidade de uma investigação objetiva e independente" sobre as informações.

Em novembro, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, prêmio Nobel da Paz em 2019, iniciou uma operação militar em Tigré para derrubar o partido governante na região (TPLF).


Alguns dias depois, ele anunciou a tomada de Mekele, capital regional, e o fim dos combates, sem baixas civis. Mas o anúncio foi prematuro. 

Desde então foram revelados mais combates e descobertas mais atrocidades, que frequentemente envolveram soldados eritreus, o que contradiz o discurso oficial de Adis Abeba e Asmara, que negam a presença de eritreus em Tigré.


Na semana passada, a Anistia Internacional revelou que soldados eritreus mataram "centenas de civis". 

Eritreia e Etiópia travaram entre 1998 e 2000 uma guerra que provocou dezenas de milhares de mortes. Na ocasião, a TPLF controlava o governo federal em Adis Abeba e até hoje é um grande inimigo do governo eritreu.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.