ONU pede mais fundos para ajudar países afetados pelo ciclone Idai
Tanto as autoridades nacionais como a ONU e outras organizações se centraram em tarefas de busca e resgate para tentar salvar milhares de vidas
Internacional|Da EFE
O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um chamado nesta sexta-feira (22) para que todos países contribuam com fundos para fazer frente aos estragos causados pela passagem do ciclone Idai, que causou destruição em Moçambique, Zimbábue e Malaui.
Guterres afirmou em comunicado que as Nações Unidas e seus parceiros estão operando com financiamento inicial facilitado por vários doadores e com US$ 20 milhões fornecidos pela própria organização.
"É necessário um apoio internacional muito maior", advertiu o diplomata português, que pediu solidariedade ao mundo com os três países afetados.
Até agora, tanto as autoridades nacionais como a ONU e outras organizações se centraram em tarefas de busca e resgate para tentar salvar milhares de vidas nas amplas áreas que ficaram inundadas.
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Guterres elogiou nesta sexta-feira (22) essa resposta inicial e chamou de "heróis" os trabalhadores humanitários que resgataram famílias dos tetos de suas casas e que estão distribuindo produtos de ajuda básica nas comunidades afetadas.
A ajuda, no entanto, deverá continuar durante meses, segundo insistiu, dada a destruição dos cultivos e das infraestruturas básicas como imóveis, escolas, hospitais e estradas.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, trata-se de um desastre sem precedentes na região, com mais de 200 mil pessoas que necessitam de assistência urgente durante os próximos três meses no Zimbábue, além de 920 mil no Malawi.
Em Moçambique, o PMA fala de 600 mil afetados, mas prevê que esse número chegará a 1,7 milhão quando forem contabilizadas as vítimas nas zonas arrasadas pelas inundações.
O ciclone Idai atingiu o continente africano nos dias 14 e 15 de março e causou grande destruição e inundações em sua passagem.
Até agora, os números oficiais oferecem um balanço de cerca de 500 mortos, embora as Nações Unidas já tenham advertido que esses números aumentarão à medida que as equipes de resgate consigam chegar a áreas isoladas há dias pelas inundações.
Além disso, pelo menos 200 pessoas estão desaparecidas, a maioria em Moçambique e no Zimbábue, segundo dados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
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