Operação da Interpol recupera 50 crianças vítimas de abusos sexuais
Oito pessoas foram presas a Tailândia, na Austrália e nos Estados Unidos. Investigação começou em 2017 com descoberta de conteúdos na darkweb
Internacional|Da EFE
Uma operação coordenada pela Interpol contra a pedofilia que começou em 2017 com o controle de conteúdos que circulavam pela internet permitiu libertar até agora 50 crianças e prendeu oito pessoas na Tailândia, na Austrália e nos Estados Unidos.
A Interpol explicou nesta quinta-feira (23) em comunicado que a investigação do material encontrado nesta operação, batizada de Blackwrist, na qual participam quase 60 países, permitirá realizar mais detenções.
Além disso, segundo os cálculos da agência internacional de polícia com sede em Lyon, na França, outras cem crianças podem ter sido objeto de abusos por esta rede.
A investigação começou no início de 2017 com a descoberta de conteúdos na chamada darkweb - ou internet oculta - que mostravam abusos contra 11 crianças menores de 13 anos em um site que cobrava inscrição e que tinha 63 mil usuários em todo o mundo.
O trabalho do Departamento de Investigações Especiais da Tailândia em coordenação com a Interpol, ao qual se somou investigadores de outros países, permitiu que nos EUA fosse identificado o endereço IP dessa página.
Em novembro de 2017 foram identificados as primeiras vítimas e dois meses depois aconteceram detenções simultâneas na Tailândia e na Austrália.
Na Tailândia foi capturado o principal administrador, Montri Salangam, visto nas imagens confiscadas abusando de 11 crianças, uma das quais era seu sobrinho, e que foi condenado em 2018 a 146 anos de prisão.
Na Austrália foi preso um segundo administrador, Ruecha Tokputza, também por abusar de menores (o menor tinha 15 meses), sentenciado a 40 anos, a maior pena imposta nesse país por pedofilia.
Outro era professor de uma creche próxima a Tokputza e foi condenado a 36 anos pelos mesmos crimes.