Kara-Murza foi condenado em abril a uma pena sem precedentes para os padrões russos
Alexander Nemenov/AFP - 27.10.2021O opositor russo Vladimir Kara-Murza, condenado a 25 anos de prisão sob a acusação de "traição" por ter denunciado a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia, chegou à colônia penal de alta segurança de Omsk, na Sibéria, para cumprir a pena, informou seu advogado neste domingo (24).
Considerado um dos principais críticos do presidente Vladimir Putin, Kara-Murza, que tem dupla nacionalidade, russa e britânica, foi condenado em abril a uma pena sem precedentes, o que levou líderes internacionais e seus apoiadores a pedir sua libertação.
"Vladimir Kara-Murza foi transferido para a colônia penal de segurança máxima IK-6, de Omsk, para cumprir sua pena", afirmou seu advogado, Vadim Prokhorov, no Facebook.
"Foi levado, imediatamente, para uma cela de isolamento", acrescentou.
Omsk fica cerca de 2.700 quilômetros a leste de Moscou. O sistema penal russo costuma levar semanas para transferir detentos para as prisões mais remotas do país. Com frequência, o paradeiro de um preso em trânsito é desconhecido, e ele faz escala em várias prisões pelo caminho.
O advogado advertiu que confinar Kara-Murza, de 42 anos, nesse tipo de cela põe sua frágil saúde em risco. Os advogados e familiares do opositor afirmam que ele sofre de uma doença nervosa chamada polineuropatia, devido a duas tentativas de envenenamento.
Kara-Murza foi considerado culpado de divulgar "informações falsas" sobre o Exército russo e de ter ligação com uma "organização indesejável". O julgamento foi a portas fechadas.
