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Advogado de TV, assistente social linha-dura e ex-presidente do BC: quem são os ministros de Milei

Novo governo argentino terá apenas oito ministérios; Javier Milei promete que vai extinguir 11 pastas assim que tomar posse

Internacional|Do R7

Presidente eleito da Argentina, Javier Milei
Presidente eleito da Argentina, Javier Milei

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou os primeiros nomes que devem ocupar os oito ministérios de seu governo, que começa em 10 de dezembro.

Uma das promessas de campanha do político é diminuir o tamanho do Estado — inclusive foi usada uma motosserra no primeiro turno como símbolo do corte de gastos públicos. Alinhado a essa proposta, Milei anunciou o corte de 11 pastas logo após o resultado das urnas. Entre as pastas extintas estão as do Desenvolvimento Social, da Saúde, do Trabalho e da Educação.

Veja os cotados para quatro dos apenas oito ministérios que a Argentina possivelmente terá após a posse de Javier Milei.

Ministério da Justiça

O Ministério da Justiça será ocupado pelo advogado Mariano Cúneo Libarona, que é uma figura conhecida dos argentinos tanto por defender clientes ricos e famosos quanto por suas participações em programas de televisão, nos quais comentava casos de grande repercussão para a população argentina.


Libarona conheceu a fama em 1996, aos 35 anos, quando se tornou advogado de Guillermo Cóppola, ex-empresário de Diego Maradona. Cóppola foi acusado por crime de tráfico de drogas após a polícia argentina encontrar 406 gramas de cocaína em um vaso durante um mandado de busco e apreensão em sua casa.

Milei e Libarona se conhecem há muitos anos, e costuma-se mencionar que o advogado patrocinou ou defendeu o novo presidente em causas judiciais.


Ministério da Economia

O mais cotado para ocupar o Ministério da Economia é Federico Sturzenegger. O economista foi presidente do Banco Central do governo Mauricio Macri, entre 2015 e 2018. No primeiro turno, o partido de Macri tinha como candidata Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral. 

No segundo turno, porém, Macri e Bullrich anunciaram apoio a Milei na campanha contra Sergio Massa, candidato do governo e atual ministro da Economia da Argentina. Com a vitória de Milei, o grupo político ligado à direita tradicional argentina deve ganhar um cargo importante no governo do ultraliberal. 


Sturzenegger tem bom trânsito no mercado financeiro local e experiência em negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Milei disse nesta segunda-feira (20) que Sturzenegger é um dos mais brilhares economistas da Argentina.

Ministério do Interior

Já Guillermo Francos deve assumir o Ministério do Interior, equivalente ao Ministério da Defesa, do governo Milei. Durante a campanha eleitoral, Francos foi apontado como o braço direito de Milei; ele é formado em direito e já foi presidente do Banco de la Província de Buenos Aires.

Apesar de seu possível ministério cuidar dos assuntos internos argentinos, Francos foi apontado nos últimos meses como interlocutor de Milei com o governo brasileiro e teria minimizado ao embaixador brasileiro em Buenos Aires, Julio Bitelli, as ameaças de ruptura com o Brasil feitas por Milei.

Administração Nacional de Segurança Nacional.

Carolina Píparo se lançou na carreira política em 2017 e ficou em terceiro lugar na disputa deste ano pelo governo da província de Buenos Aires pelo partido de Milei, o La Libertad Avanza. Ela foi escolhida para chefiar a Anses (Administração Nacional de Segurança Nacional).

A assistente social, de 47 anos, ingressou na política em 2010, após um assalto enquanto estava grávida. É associada ao combate rigoroso à criminalidade e, em 2017, envolveu-se em um escândalo, quando, junto com seu marido, atropelou dois motociclistas na cidade de La Plata. A Anses é o órgão com o maior orçamento do Estado.

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