Otan acredita que avião pode ter sido derrubado por defesa do Irã
O secretário-geral da Otan disse que não dará detalhes, mas que não há motivo para não acreditar nos relatórios de diferentes capitais de aliados
Internacional|Da EFE
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta sexta-feira (10) que o avião ucraniano que caiu perto de Teerã com 176 pessoas a bordo "pode ter sido derrubado" pelos sistemas de defesa aérea do Irã, e pediu uma "investigação exaustiva" com a cooperação do governo iraniano.
"Não vou entrar em detalhes sobre as nossas informações, o que posso dizer é que não temos razões para não acreditar nos relatórios que vimos de diferentes capitais de aliados da Otan. Expressaram preocupação com a informação de que o avião pode ter sido abatido pelos sistemas de defesa aérea iranianos", disse o político norueguês ao chegar a uma reunião de ministros da União Europeia (UE) em Bruxelas.
Segundo Stoltenberg, "é exatamente por isso que é necessária uma investigação minuciosa, esclarecer todos os fatos e ter total cooperação do lado iraniano em tal investigação".
Estados Unidos, Canadá, Holanda e Luxemburgo, todos membros da aliança, destacaram que o incidente envolvendo o voo 752 da Ukrainian International Airlines pode ter ocorrido devido ao disparo acidental de um míssil pelo Irã, o que é negado pelo governo iraniano, que solicitou provas que comprovem a teoria.
A queda do avião teria ocorrido poucas horas após o ataque lançado por Teerã contra duas bases no Iraque que abrigavam tropas americanas, uma retaliação ao assassinato do general iraniano Qasem Soleimani em operação dos EUA em Bagdá.
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"É importante que estabeleçamos todos os fatos com uma investigação exaustiva e transparente. Peço para que o Irã contribua para isso", acrescentou.
Stoltenberg ressaltou que houve "uma redução das tensões na região" nas últimas horas, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou novas sanções econômicas em vez de continuar com a ação militar contra o Irã.
"Temos que construir em cima disso e reduzir as tensões. Um conflito no Oriente Médio não é do interesse de ninguém", enfatizou.
O secretário-geral também mencionou a necessidade de continuar a apoiar o Iraque, onde a Otan mantém tropas para treinar forças de segurança contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Stoltenberg deixou claro que manter essa missão é importante porque "o EI pode voltar" e "a melhor ferramenta na luta contra o terrorismo internacional é treinar as forças locais".