Otan diz que tropas russas estão se reposicionando e não recuando
Soldados estariam sendo retirados dos arredores da capital Kiev para serem concentrados em Donbas, no leste da Ucrânia
Internacional|Do R7
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou nesta quinta-feira que a Rússia não está retirando as tropas do cerco à Kiev para concentrá-las no Donbas, no leste da Ucrânia, como havia sido anunciado pelo Kremlin, mas sim, está "reposicionando" as unidades.
O norueguês reconheceu que a Aliança está ciente das declarações recentes de Moscou, de que "reduzirá suas operações militares em torno de Kiev e no norte da Ucrânia".
"Mas, a Rússia mentiu repetidamente sobre suas intenções, assim como só podemos julgar a Rússia por suas ações, não por suas palavras", garantiu Stoltenberg.
"Segundo nossa inteligência, as unidades russas não estão se retirando, mas sim se reposicionando", completou o secretário-geral da Otan.
O norueguês ainda indicou que Moscou "está tentando reagrupar, reabastecer e reforçar a ofensiva na região do Donbas".
"Ao mesmo tempo, a Rússia mantém pressão sobre Kiev e outras cidades, assim, podemos esperar ações ofensivas adicionais, que gerarão, inclusive, mais sofrimento. A Rússia deve terminar essa guerra sem sentido, retirar as tropas e se envolver em conversações de boa fé", afirmou.
Sobre as negociações entre as delegações russa e ucraniana, que vêm acontecendo na Turquia, Stoltenberg exaltou "todos os esforços para colocar fim à esta guerra brutal".
Ao mesmo tempo, o secretário-geral da Otan admitiu que "vemos pouca vontade do lado russo para encontrar uma solução política".
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"O que vemos é uma invasão militar continuada da Ucrânia, que seguem os bombardeios às cidades e que a Rússia está reposicionando algumas tropas, movimentando-as para reforçar os esforços na região do Donbas", detalhou.
Stoltenberg também destacou que os aliados da Otan respaldaram o exército ucraniano durante anos, proporcionando "equipamentos modernos, diferentes tipos de armas e apoiando a modernização", o que permitiu que as tropas estivessem "melhor preparadas e treinadas do que nunca".
Além disso, o secretário-geral da Otan elogiou o compromisso dos militares da Ucrânia, o que permitiu com que resistissem à invasão russa".
"Impressionaram e inspiraram o mundo", disse Stoltenberg.
O norueguês concluiu dizendo existir um "vínculo próximo entre o que acontece no campo de batalha e o que acontece na mesa de negociação, e que os aliados da Otan também estão dando apoio para reforças a posição na mesa de negociação".