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Otan diz que uso de armas químicas não pode ficar sem resposta

Membros do Conselho de Segurança da ONU estão reunidos para falar sobre a Síria

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Inspetores investigam local na periferia de Damasco de suposto ataque químico. À direita, mulher vítima do ataque é levado aos inspetores por ativistas
Inspetores investigam local na periferia de Damasco de suposto ataque químico. À direita, mulher vítima do ataque é levado aos inspetores por ativistas

A Otan (aliança militar do ocidente) acusou o regime sírio de Bashar al Assad nesta quarta-feira (28) de responsabilidade no uso de armas químicas no país, e assegurou que se trata de um fato "inaceitável" que não pode ficar sem resposta.

"Consideramos o uso de armas químicas como uma ameaça para a paz e segurança internacional", assegurou o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, depois de se reunir com os embaixadores dos Estados-membros.

Segundo Rasmussen, tudo indica que o regime sírio está por trás de um ataque que representa uma "clara violação" das normas internacionais e que causou centenas de mortes.

— Condenamos duramente estes ataques vergonhosos, que causaram uma grande perda de vidas.


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Em comunicado, o político dinamarquês ressaltou o apoio à investigação que está sendo feita por uma missão de especialistas da ONU no terreno.


No entanto, Rasmussen acusou o governo sírio de ser diretamente responsável pelo ataque e deu a entender que o regime de Damasco possui um "arsenal de armas químicas" e que, a priori, está por trás dos acontecimentos.

— As informações disponibilizadas por um amplo leque de fontes apontam o regime sírio como responsável pelo uso de armas químicas nesses ataques.

O secretário-geral da Otan ressaltou que o uso desse tipo de armamento "é inaceitável e não pode ficar sem resposta".

— Os responsáveis devem prestar contas.

A Otan vai continuar analisando de perto a situação na Síria e dando assistência à Turquia na proteção da fronteira sudeste da Aliança, assinalou Rasmussen em referência às baterias de mísseis Patriot que os aliados instalaram há alguns meses em território turco.

A Otan já tinha afirmado em várias ocasiões que o uso de armamento químico na Síria representa uma linha vermelha dentro de um conflito do qual preferiu se manter à distância até agora.

Conselho de Segurança se reúne em Nova York

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Reino Unido, Estados Unidos, China, Rússia e França) se reuniram hoje em Nova York para avaliar uma proposta britânia que condena o ataque químico de 21 de agosto na Síria e autoriza medidas necessárias para proteger os civis.

A resolução britânica foi confirmada pelo primeiro-ministro David Cameron em sua conta no Twitter.

— Sempre afirmamos que queríamos que o Conselho de Segurança da ONU estivesse à altura de suas responsabilidades. Hoje, temos a oportunidade de fazer isto.

Segundo o gabinete de Cameron, "a resolução autorizará todas as medidas necessárias em virtude do capítulo 7º da Carta da ONU para proteger os civis das armas químicas na Síria.

O capítulo 7º está consagrado a qualquer "ação em caso de ameaças à paz, transgressão da paz ou atos de agressão".

O primeiro-ministro britânico defendeu na terça-feira uma intervenção militar limitada para "dissuadir o uso de armas químicas".

Mas convencer a Rússia e a China a apoiarem uma intervenção não será fácil. Hoje, Rússia e Irã, aliados do governo Assad, voltaram a advertir contra o risco de uma desestabilização de toda a região no caso de ataque militar contra a Síria, abalada pela violência e guerra civil.

Depois do anúncio de Cameron, Moscou advertiu que antes de qualquer discussão e decisão, a ONU deve esperar o relatório dos investigadores que estão na Síria.

Os especialistas da ONU que investigam o eventual uso de armas químicas reiniciaram o trabalho na Síria nesta quarta-feira, depois de uma suspensão de 24 horas por problemas de segurança. O trabalho deve ser concluído até o final de semana.

Assim como os britânicos, Estados Unidos e França estão convencidos da responsabilidade do regime sírio no ataque com armas químicas e se mostram dispostos a realizar ataques seletivos para enviar uma mensagem ao governo Assad contra o uso de gases tóxicos, mas sem a intenção de derrubar o presidente sírio.

O presidente francês, François Hollande, que receberá amanhã o presidente da Coalizão Nacional Síria (oposição), se mostrou "disposto" a intervir militarmente para "punir" Damasco por usar armas químicas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu aos membros do Conselho de Segurança que se unam para "atuar pela paz" na Síria.

— O Conselho deve unir-se para atuar pela paz. Chegamos ao momento mais grave deste conflito.

A Síria, por sua vez, apresentou ao CS "provas" que supostamente vinculam os opositores ao ataque químico. "Entregamos para as Nações Unidas todas as provas e documentos que mostram que foi a oposição, não o Estado, que utilizou armas químicas", disse o vice-ministro sírio de Relações Exteriores, Faiçal Miqdad. O vice-ministro ressaltou que seu governo nunca usaria armas químicas contra seu povo "caso as tivessem".

EUA devem publicar novas denúncias

O governo dos Estados Unidos pretende divulgar esta semana parte de um relatório dos serviços de inteligência que aponta a responsabilidade do regime sírio no ataque de 21 de agosto.

Segundo a revista Foreign Policy, os serviços de informação americanos ouviram, após o ataque da semana passada, uma conversa de uma autoridade do ministério sírio da Defesa com um diretor da unidade de armas químicas, na qual ele pedia "respostas sobre um ataque com um agente neurotóxico que matou mais de mil pessoas".

A revista destaca que a gravação é o principal argumento do governo americano para para mostrar seu convencimento do uso de armas químicas por parte da Síria.

Ao mesmo tempo, o governo dos Estados Unidos citou a possibilidade de um ataque militar contra a Síria com mais de um dia de duração.

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