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País com mais brasileiros na Europa, Portugal se defende do coronavírus

Com 41 casos já confirmados, governo português anuncia medidas visando frear a propagação do vírus; brasileiros falam sobre o clima no país ao R7

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Com 41 casos até o momento, Portugal adotou medidas contra o coronavírus
Com 41 casos até o momento, Portugal adotou medidas contra o coronavírus

De acordo com os últimos levantamentos, Portugal é atualmente o país com mais brasileiros na Europa, cerca de 150 mil. Após ter registrado pelo menos 41 casos de infecção pelo coronavírus até o momento, o governo local anunciou, nesta terça-feira (10), uma série de medidas para evitar que a doença se propague.

As principais universidades, como as de Lisboa e Coimbra, foram fechadas, assim como museus e bibliotecas. Eventos esportivos também foram cancelados. Em princípio, as medidas entram em vigor nesta quarta (11) e vão valer pelo menos até o dia 3 de abril.

Leia também: Combate ao coronavírus na Europa esvazia ruas e fecha fronteiras

O R7 conversou com brasileiros que vivem em Portugal para entender como as políticas de prevenção ao coronavírus estão afetando seus cotidianos e o de suas famílias.


Problemas com viagem

Heloísa Vieira, que faz doutorado em Relações Internacionais na Universidade de Coimbra, conta que a paralisação na instituição pode lhe causar um grande prejuízo. A paranaense tinha viagem marcada para voltar ao Brasil na próxima segunda.

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"Houve uma reunião extraordinária da reitoria e resolveram fechar a universidade inteira. Aulas, provas, congressos, atendimento, cantina, academia, tudo. E aí veio o grande problema para mim. Eu ia para o meu trabalho de campo na segunda, e a universidade proibiu deslocamentos", relata ela.


Se quisesse viajar assim mesmo, ela teria de ir por conta própria e precisaria ficar de quarentena na volta. Ao entrar no site, Heloísa apresentou um documento da universidade para justificar o cancelamento, mas a companhia disse que só aceitaria se todo o país estivesse em quarentena. Agora, ela não sabe se terá reembolso e se terá de arcar com o prejuízo.

Sustos no trabalho

A empresa de recrutamento onde o paulista Paulo Ayres trabalha, em Lisboa, chegou a ter um pequeno 'susto' na semana passada. Uma funcionária que voltou de uma viagem em Londres contou ao departamento de Recursos Humanos que esteve em um ônibus com vários turistas italianos e voltou com sintomas de gripe.


Empresa distribuiu flyer com dicas
Empresa distribuiu flyer com dicas

"Todo mundo foi mandado para casa enquanto não saíram os testes dela. O andar onde ela trabalha foi todo fechado e desinfetado. Quando o exame deu negativo, todos puderam voltar ao trabalho. A resposta foi muito rápida, parece que estão muito preparados aqui", explica ele.

Apesar de todas as precauções, Ayres diz que está tranquilo com a propagação do vírus, por causa das condições climáticas. "Tem feito calor aqui, por volta de 26 graus e a informação é que o vírus não suporta essa temperatura. A maior parte dos casos está no norte do país, onde faz um pouco mais de frio", conta.

Danilo Silva, que trabalha em uma empresa de tecnologia, foi colocado, assim como todos os colegas, para trabalhar de casa. Um dos andares do prédio foi totalmente evacuado e desinfetado depois que se descobriu que a sobrinha de um dos funcionários teve diagnóstico positivo para o coronavírus.

Mas não são as únicas medidas de segurança adotadas. "Só quem não tem como fazer home office vai pro escritório. Como lá está quase vazio, todos foram remanejados de lugar pra ficarem o mais distante possível um do outro", conta.

Cuidados com as crianças

Com dois filhos pequenos, o publicitário Diego San Pedro aguarda uma definição do governo, que deve fechar as escolas nesta quarta-feira (11). Segundo ele, até o momento as medidas tomadas para prevenção em escolas e empresas são parecidas.

"É mais ou menos a mesma coisa. Quem volta de países com casos fica 14 dias fora. Se a criança apresenta sintomas, é recomendado que fique em casa, também é assim no meu trabalho. Algumas escolas foram fechadas, porque alunos ou professores foram diagnosticados com o vírus", relata.

Segundo San Pedro, como a cobertura sobre o coronavírus vem sendo intensa há semanas, antes mesmo dos primeiros casos em Portugal, já é possível notar a falta de alguns produtos no mercado. "Principalmente álcool gel, álcool etílico e papel higiênico. Uns amigos já notaram a falta de alguns enlatados nos supermercados", conta ele.

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