Pais de estudante criticam Trump e culpam Kim por morte de filho
Pais de Otto Warmbier, norte-americano que morreu após passar 17 meses preso na Coreia do Norte criticaram Trump por tirar responsabilidade de Kim
Internacional|Da EFE
Os pais do estudante norte-americano Otto Warmbier, que morreu após passar 17 meses preso na Coreia do Norte, criticaram nesta sexta-feira (1º) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e responsabilizaram Kim Jong-un pela "crueldade" e "falta de humanidade" que levaram à morte de seu filho.
"Kim e seu diabólico regime são responsáveis pela morte do nosso filho Otto. Kim e seu diabólico regime são responsáveis por essa inimaginável crueldade e falta de humanidade. Não há desculpas nem grandes elogios que possam mudar isso", afirmaram Fred e Cindy Warmbier em comunicado.
Os pais do estudante americano se pronunciaram após Trump ter afirmado, após se reunir com Kim no Vietnã, que acreditava que o líder norte-coreano não teve envolvimento na morte de Otto.
"Falei com ele sobre isso e, de verdade, acredito que ele não seria favorecido em nada se isso ocorresse. Ele me disse que não soube (quando Warbier morreu) e eu acredito", afirmou Trump.
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Os pais do estudante morto afirmaram no comunicado que tinham optado por mostrar "respeito" durante o encontro entre Trump e Kim, mas as declarações do presidente americano foram o estopim para que eles se pronunciassem sobre o caso mais uma vez.
O casal sempre acusou o governo da Coreia do Norte pela morte do filho. Em abril do ano passado, eles entraram com um processo contra o regime de Kim por "torturar e assassinar" o jovem americano.
Otto Warmbier viajou como turista à Coreia do Norte no fim de 2015. No entanto, acabou preso e condenado a 15 anos de trabalhos forçados por roubar um cartaz de propaganda do hotel no qual ficou.
O jovem estudante morreu aos 22 anos, em junho de 2017, após passar quase 18 meses preso na Coreia do Norte. Ele foi devolvido aos EUA em coma, pouco antes de morrer.
A morte de Otto ampliou as tensões vividas entre os dois países na época. O governo Trump, então, proibiu que os cidadãos americanos viajassem para a Coreia do Norte, uma restrição que se mantém até hoje.