Países europeus mantêm lockdown, mas evitam fechar escolas
Por outro lado, outros governos resolveram adiar retorno às aulas, como é o caso da Alemanha e dos Países Baixos
Internacional|Do R7, com EFE
Mesmo com o início da vacinação contra covid-19há alguns dias, a maior parte da Europa ainda enfrenta novos picos de infecções diárias.
Por esta razão, governos se viram forçados a manter medidas de restrição à circulação de pessoas, embora alguns países tenham optado por liberar as escolas.
França
Oito departamentos franceses iniciam neste domingo (10) um toque de recolher mais rígido e juntam-se aos quinze que já se encontravam nesta situação.
As escolas continuarão abertas. Os franceses voltaram às aulas na última segunda-feira (4), mantendo o protocolo de saúde reforçado, em meio a um aumento dos casos de coronavírus progressivo, mas ainda longe dos níveis elevados de países como Reino Unido, Alemanha ou Suíça.
Mais de doze milhões de alunos da pré-escola, ensino fundamental e médio participaram do programa de “volta às aulas” após as duas semanas de férias de Natal, no que o Ministério da Educação considera um exercício de “normalidade”.
O protocolo sanitário reforçado está em vigor desde o segundo confinamento, iniciado no final de outubro, e que prevê, entre outros pontos, o uso de máscara para crianças maiores de seis anos.
Além disso, as escolas de ensino médio estão combinando aulas presenciais e à distância para reduzir o número de alunos por sala de aula, e o número de exames para detecção do vírus está aumentando.
As atividades pós-escolares em sala de aula foram retomadas em dezembro, após o pior da segunda onda da pandemia no país.
Enquanto isso, oito novos departamentos do país entraram no toque de recolher reforçado hoje (das 18h às 6h), e outros dois poderiam fazê-lo na terça-feira.
Portugal
Portugal, onde as aulas foram retomadas na segunda-feira (4) após as férias de Natal, não planeja fechar escolas, embora se prepare para ordenar um novo bloqueio geral na próxima semana.
O governo vai decidir quais as restrições que vai aplicar para a segunda quinzena deste mês depois de um encontro com especialistas agendado para terça-feira.
No entanto, desta vez as escolas não serão fechadas e os alunos poderão acompanhar o ano letivo pessoalmente.
“Há um grande consenso hoje entre técnicos e especialistas de que não se justifica afetar o funcionamento do ano letivo. Não devemos ter medidas que impliquem a interrupção da atividade docente”, disse o primeiro-ministro António Costa na semana passada.
As escolas permanecerão abertas, e os surtos de covid-19 que estão surgindo nas salas de aula são interrompidos com quarentenas e ensino à distância para alunos forçados a ficar em casa durante esse período.
Na última semana, foram 65 surtos ativos em estabelecimentos de ensino, totalizando 450 casos confirmados, segundo a Direção-Geral da Saúde.
Bélgica
Os alunos belgas também retornaram às escolas na segunda-feira passada, mas estudantes que viajaram para o exterior durante as férias de fim de ano estão tendo que permanecer em quarentena por dez dias.
O esquema é o mesmo adotado antes das férias: alunos do ensino primário vão à escola pessoalmente cinco dias por semana, tal como os alunos do primeiro ano do ensino secundário, ao passo que no resto do ensino secundário apenas metade do a classe pode estar presente simultaneamente.
Um estudo do instituto de saúde pública do país constatou que o ritmo de contágio nas escolas é o mesmo do resto da população. Desta forma, quando há aumentos de casos em instituições de ensino, é porque o mesmo ocorreu em outros locais.
A Bélgica registrou um aumento de 11% das infecções nos primeiros dias do ano, apesar de as internações terem diminuído. O país tem hoje 662,7 mil casos acumulados e cerca de 20 mil mortes.
Grécia
Educação primária, creches, creches e educação especial reabrem na segunda-feira (11) na Grécia, após oito semanas de lockdown.
O governo grego decidiu manter o fechamento da indústria hoteleira e as duras restrições ao comércio durante o Natal, que se tornaram ainda mais severas esta semana, para garantir que os mais novos possam regressar às aulas.
Nas escolas, sempre que possível, serão estabelecidos horários de entrada e saída diferentes para grupos de alunos para evitar multidões, bem como o uso de várias entradas, se houver.
O uso da máscara é obrigatório em ambientes internos e externos em todos os centros educacionais e os adultos que acompanham os alunos deverão justificar a saída de casa por meio de SMS.
Embora o confinamento já esteja em vigor há mais de dois meses na Grécia e o número de infecções tenha diminuído, a pressão sobre o sistema de saúde continua alta, com mais do dobro do número de pacientes conectados a respiradores e mortes diárias do que quando essa medida foi decretada.
Outros países adiam volta às aulas
A Itália decidiu que os alunos do ensino médio deveriam retornar às atividades presenciais amanhã, mas 17 das 20 regiões do país aprovaram medidas locais que estendem a volta para datas entre 18 de janeiro e 1° de fevereiro.
Enquanto esperam que os mais velhos voltem para a sala de aula, a maioria das crianças do berçário e do ensino fundamental já retomou as aulas presencialmente na sexta-feira, mas várias regiões também adiaram por uma semana.
Nos Países Baixos, o governo planeja adiar para além de 18 de janeiro o retorno às aulas presenciais nas escolas, fechadas desde meados de dezembro como parte do confinamento total, devido ao alto número de infecções diárias no país e temores de rápida expansão da nova linhagem do coronavírus.
A Alemanha também optou por manter escolas fechadas pelo menos até 31 de janeiro. A chanceler Angela Merkel se reuniu com governos regionais e optou por manter o lockdown no país, com possibilidade de até endurecer algumas medidas em vigor.
A ministra da Educação, Anja Karliczek, qualificou estas medidas como "simplesmente necessárias" e sublinhou que é "importante" não retomar imediatamente as aulas presenciais porque contribui para a redução dos contatos interpessoais.
Após pressão de professores, o governo do Reino Unido decidiu fechar as escolas diante de um novo confinamento — exceto para alunos vulneráveis ou filhos de trabalhadores essenciais.
Ao decretar um novo bloqueio no início deste ano, o governo britânico impôs o ensino online na Inglaterra pelo menos até meados de fevereiro, enquanto as nações autônomas do País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte fizeram o mesmo, embora revisem a decisão em datas diferentes.
As universidades também vão oferecer ensino "virtual" pelo menos até fevereiro, exceto para carreiras em setores-chave para a crise atual, e as creches continuam abertas, decisão que tem sido criticada por alguns especialistas em saúde e que busca dar aos pais a opção de trabalhar.
Nos últimos dias, alguns centros alertaram que estão recebendo muitos alunos de grupos prioritários que temem a disseminação do vírus em sala de aula, enquanto outros denunciam que recursos insuficientes, como computadores, geram desigualdades no aprendizado.