Países vizinhos pedem restauração da estabilidade do Quirguistão
A antiga república soviética está em crise desde o pleito de domingo, depois que duas forças opositoras conseguiram cadeira no Parlamento
Internacional|Da EFE
Os presidentes do Cazaquistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão apresentaram uma declaração conjunta nesta sexta-feira (9), para que seja restaurada a estabilidade no Quirguistão, depois das eleições parlamentares do último domingo.
O documento foi dirigido para a população e para os partidos políticos locais, com um apelo para que seja preservada a paz no país, que atravessa grave crise política e institucional.
Na declaração assinada pelos quatro líderes, é destacado que a solidez do Quirguistão é "um fator importante" para a segurança regional e o desenvolvimento da Ásia Central.
"Nós, como vizinhos próximos, unidos por laços centenários de amizade, boa vizinhança, valores culturais e espirituais comuns, fazemos um chamado ao povo do Quirguistão nesses dias difíceis, para que demonstre sua sabedoria inerente, a fim de preservar a paz e restaurar a estabilidade no país", indica o texto.
"Expressamos a esperança de que todos os partidos políticos e esferas públicas do Quirguistão façam os esforços necessários para resolver os problemas que surgiram, tendo em conta a observância indispensável da Constituição e das leis nacionais", completa.
Conflitos após as eleições
A antiga república soviética, que se tornou independente em 1991, está em grave crise desde o pleito de domingo, depois que apenas duas forças opositoras conseguiram cadeira no Parlamento, o que gerou acusações de fraude pelos partidos que não superaram a barreira dos 7% os votos, mínima para eleger representantes.
O resultado gerou conflitos nas ruas já no dia seguinte. Até o momento, o saldo dos distúrbios são uma morte e milhares de pessoas feridas.
A Comissão Eleitoral Central do Quirguistão anulou o resultado na terça-feira, mas os protestos não pararam e se intensificaram diante da cobrança de lideranças opositoras de que seja aberto processo de impeachment do presidente do país, Sooronbay Jeenbekov, o que o próprio líder renuncie.
Hoje, o chefe de Estado admitiu a possibilidade de deixar o poder, com a formação de um novo governo e a aprovação de um novo primeiro-ministro. O mandatário, inclusive, assinou um decreto que destitui todo o Executivo.