Países menos desenvolvidos podem 3 anos para se recuperar de danos da pandemia
EFE/ Alberto ValdésO grupo dos 46 países menos desenvolvidos economicamente do mundo levará, em média, três anos para recuperar os indicadores do período pré-pandemia, após o registro do menor crescimento em três décadas, indica um relatório da ONU divulgado nesta segunda-feira (27).
Algumas destas nações, como Angola, Haiti, Somália, Sudão, Zimbábue, entre outras, poderiam levar até cinco anos para recuperar a renda per capita que tinham em 2019, aponta o documento elaborada pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
A crise econômica relacionada à pandemia da covid-19 fez ainda que algumas nações que eram "candidatas" a sair da classificação de menos desenvolvidos do mundo, como Angola, Bangladesh, Laos e Nepal, sigam nela por alguns anos.
Esse grupo de países é definido pela ONU faz 50 anos, de acordo com renda per capita anual, que gira em torno de US$ 1 mil (R$ 5,34 mil). A classificação serve para definir a concessão de ajuda humanitária, acessos preferenciais ao mercado ou assistência técnica.
Em meio século, apenas seis países conseguiram sair desta lista, Botsuana, que foi o primeiro, em 1994, seguido de Cabo Verde, Maldivas, Samoa, Guiné Equatorial e Vanuatu, este último, no ano passado.
O relatório da UNCTAD indica que 75% destas economias são muito dependentes da exportação de matérias primas, embora tenha sido registrada leve melhora no comércio exterior de produtos manufaturados.
Nestas nações, em que vivem cerca de 1 bilhão de pessoas, o comércio global representou, na década passada, apenas 0,13% do total mundial.
O texto aponta que seria necessário investimento 9% maior do que o atual para que se consiga erradicar a extrema pobreza e dobrá-lo para aumentar o peso das respectivas indústrias na economia, deixando de depender de matérias-primas para o crescimento.
"Os países menos desenvolvidos estão em um momento crítico e precisam de apoio da comunidade internacional para melhorar suas capacidades, com o objetivo de enfrentar os problemas estruturais, mas também os novos desafios da covid-19 e da mudança climática", afirma o relatório.