Para vencer covid-19 é preciso combater desigualdades, diz OMS
Países precisam prestar mais atenção e priorizar o diagnóstico e o cuidado dos mais vulneráveis, avisou o diretor-geral da organização
Internacional|Do R7
Os países precisam prestar mais atenção e priorizar o diagnóstico e o cuidado dos mais vulneráveis, avisou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (6). Segundo ele, a pandemia provocada pelo novo coronavírus não será vencida enquanto as desigualdades que a cercam não forem resolvidas.
Segundo Tedros Adhanom, crises como essa trazem luz às diferenças e desigualdades sociais em cada país, o que fica evidenciado no número de internações e de mortos de certas populações. Um exemplo vem de Nova York, nos EUA, onde negros e latinos são as maiores vítimas do coronavírus.
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Segundo a OMS, o coronavírus já deixou mais de 3,5 milhões de casos e quase 250 mil mortos no mundo. Por dia, são registrados cerca de 80 mil novas infecções.
Desde janeiro, quando a doença começou a se espalhar pelo mundo, a organização está colaborando com governos locais para entregar equipamentos necessários para o combate do covid-19 e ajudar no sistema de saúde básico, mas essa ajuda ainda não é o suficiente para atender todo mundo.
Relaxamento de quarentenas
Na Europa e em parte da Ásia, o coronavírus está desacelerando e os países estão começando a relaxar as restrições e permitindo que os cidadãos retomem a rotina.
Porém, o cenário não é uniforme no mundo todo. Enquanto nas áreas mais afetadas a doença se estabiliza, novos casos são reportados diariamente no Leste Europeu, África, Sudeste Asiático, Mediterrâneo e nas Américas. Muitos países ainda nem alcançaram o pico.
Enquanto ainda é cedo para falar de reabertura da economia e suspensão das quarentenas em parte do mundo, a OMS já traça diretrizes para auxiliar os países que estão retomando a rotina, como: garantir que a vigilância está forte e que o número de casos está caindo e as transmissões estão controladas; garantir que os sistemas de saúde conseguem detectar, isolar, testar e tratar todos os casos, além de rastrear os contatos; que os riscos de uma nova transmissão em massa foram minimizados em lugares como centros médicos e casas de apoio; que ambientes de trabalho, escolas e outros locais essenciais tenham medidas de prevenção; controle dos casos importados; e que as comunidades estejam conscientes, educadas e preparadas para se adaptar ao “novo normal”.
Segundo o Tedros, existe, sim, um risco de novas quarentenas caso esses países não consigam controlar a doença com cuidado.
Pensando no futuro
Enquanto o coronavírus ainda é uma crise real e vigente, é necessário criar as bases para evitar uma nova pandemia, alertou Tedros, e disse que essa é uma oportunidade para fortalecer os sistemas de saúde pelo mundo.
“Se nós aprendemos uma coisa com o covid-19, é que é necessário investir agora em saúde para salvar vidas depois”, disse.
"A História vai nos julgar não apenas pela forma pela qual passamos pela pandemia, mas também pelas lições que aprendemos e pelas ações que tomamos quando ela acabar."