Parlamentares deixam o Partido Trabalhista britânico por Brexit
A saída do grupo de parlamentares sublinha a frustração com a relutância do líder do partido, Jeremy Corbyn, em mudar a estratégia para o Brexit
Internacional|Do R7
Sete parlamentares do Partido Trabalhista deixaram a maior sigla de oposição do Reino Unido, nesta segunda-feira (18), por causa da abordagem do líder Jeremy Corbyn para a separação britânica da União Europeia e acusações de antissemitismo, dizendo que o partido foi "sequestrado pela política de maquinações da extrema-esquerda".
A saída do grupo pequeno de parlamentares sublinha a frustração crescente com a relutância de Corbyn em mudar a estratégia para o Brexit e iniciar a campanha para um segundo referendo sobre a filiação de Londres à UE.
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Divisão no Parlamento
Faltando só 39 dias para o Reino Unido sair do bloco, sua maior guinada em política externa e comercial em mais de 40 anos, as divisões sobre o Brexit fragmentaram a política britânica, rompendo as fileiras partidárias tradicionais e criando novas coalizões na lacuna que separa esquerda e direita.
"O Partido Trabalhista ao qual nos filiamos, pelo qual fizemos campanha e no qual acreditávamos não é mais o Partido Trabalhista de hoje. Fizemos tudo que podíamos para salvá-lo, mas ele foi sequestrado pela política de maquinações da extrema-esquerda", disse a parlamentar Chris Leslie em uma coletiva de imprensa.
"Os indícios da traição do Partido Trabalhista na Europa agora são visíveis para todos. Oferecendo-se para permitir o Brexit deste governo, refreando-se constantemente de permitir ao público a palavra final."
Leia mais: Parlamento britânico rejeita plano de May para o Brexit mais uma vez
Os sete parlamentares são Luciana Berger, Chris Leslie, Angela Smith, Gavin Shuker, Chuka Umunna, Mike Gapes e Ann Coffey. Eles continuarão a atuar no Parlamento como "O Grupo Independente".
Os trabalhistas conquistaram 262 assentos na eleição de 2017.
Uma fonte partidária próxima do grupo disse que os rompimentos poderiam desencadear uma segunda onda de desfiliações.
Corbyn disse em um comunicado: "Estou decepcionado por estes parlamentares não terem se sentido capazes de continuar a trabalhar juntos pelas diretrizes trabalhistas que inspiraram milhões na última eleição".
A incerteza do Brexit
Até agora, ele se ateve à proposta trabalhista de manter a opção de um segundo referendo "na mesa" caso o governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, não consiga fechar um acordo com Bruxelas que o Parlamento possa aprovar.
Sua primeira escolha é uma nova eleição, mas ele também pediu a May que mude suas "linhas vermelhas" e acolha seu plano para uma união alfandegária permanente com a UE — algo que a premiê vem se recusando a fazer.
Corbyn, um ativista veterano pela paz, também foi acusado por alguns parlamentares de fracassar em combater o antissemitismo no partido, uma alegação que tem perseguido o político pró-palestino desde que ele se tornou líder em 2015.
Corbyn nega que tenha permitido que o antissemitismo crescesse no Partido Trabalhista e se comprometeu a acabar com ele.