Parlamento catalão aprova declaração de independência
Governo espanhol deve intervir na região por meio da constituição
Internacional|Do R7, com agências internacionais
O parlamento catalão em Barcelona aprovou, nesta sexta-feira (27), a moção que determina a abertura do processo de independência da região. Os deputados opositores à resolução boicotaram o pleito e abandonaram a sessão. O placar final foi de 72 votos pelo "sim" e 10 "não", sendo que eram necessários apenas 68 votos para a formalização da declaração.
Conforme explicado pelos deputados responsáveis pelo projeto, a medida prevê não só uma declaração de independência, como também, a fundação da República Catalã.
"Constituímos a República Catalã como Estado independente e soberano de direito democrático e social", afirma o texto votado em plenário.
De acordo com o texto, o parlamento deverá manter acordos e tratados assumidos pelo governo antes da independência. Além disso, os simpatizantes da resolução defenderam ainda a manutenção da relação da região como parte da União Europeia.
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O principal grupo separatista da Catalunha, a ANC (Assembleia Nacional Catalã), pediu que servidores civis não cumpram ordens do governo espanhol, depois que Madri autorizou um regime direto sobre a região.
A ANC pediu que todos os servidores civis catalães respondam com "resistência pacífica".
Governo central
Em Madri, o governo espanhol acompanhou de perto os debates no Senado do país que definirão as ações após a aprovação do artigo 155 da Constituição, que permite que Madri revogue a autonomia da Catalunha.
"Medidas excepcionais só deveriam ser adotadas quando nenhum outro remédio é possível", disse nesta sexta-feira, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Senado. "Na minha opinião, não há alternativa. A única coisa que pode ser feita é aceitar e cumprir a lei".
A liderança catalã está ignorando a lei e debochando da democracia, afirmou.
"Estamos enfrentando um desafio inédito em nossa história recente", disse Rajoy, que adotou uma postura inflexível contra a campanha independentista da Catalunha.
A crise dividiu a região e causou profundo ressentimento na Espanha — agora bandeiras nacionais estão dependuradas em muitas sacadas da capital Madri como expressão de unidade.
Também provocou uma fuga de empresas da rica Catalunha e despertou em outros líderes europeus o temor de que acabe insuflando sentimentos separatistas em outros pontos do continente.