Parlamento e Judiciário do Irã discutem obrigatoriedade do véu feminino; lei pode ser alterada
Procurador-geral prometeu resultados rápidos para a questão; país enfrenta onda de protestos após morte de jovem acusada de violar o código de vestimenta
Internacional|Do R
O Parlamento e o Judiciário do Irã estão trabalhando na questão do véu obrigatório para as mulheres, conforme anunciou o procurador-geral, que prometeu resultados rápidos, sem especificar em que direção a lei pode ser alterada.
O Irã está envolvido em uma onda de protestos desde a morte de Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, em 16 de setembro, depois de ser detida pela polícia da moralidade por violar o código de vestimenta da República Islâmica, que exige que as mulheres usem o véu em público.
As mulheres lideram os protestos e gritam palavras de ordem antigovernamentais, removem o lenço da cabeça e o queimam.
O presidente ultraconservador Ebrahim Raissi já impôs novas restrições ao vestuário.
O uso do lenço na cabeça tornou-se obrigatório no Irã em 1983, quatro anos após a revolução islâmica de 1979.
A polícia moral, conhecida como Gasht-e Ershad (patrulhas de orientação), foi criada no governo do presidente ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para "espalhar a cultura da decência e do hijab (véu)".
O procurador-geral anunciou uma data próxima para os resultados do exame sobre o uso obrigatório do hijab.
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"Na quarta-feira, tivemos uma reunião com a comissão de cultura do parlamento, e veremos os resultados em uma ou duas semanas", disse ele em um discurso em Qom, ao sul da capital, Teerã.
O presidente Raissi disse em uma conferência em Teerã neste sábado (3) que a Constituição do Irã "tem valores e princípios sólidos e imutáveis", mas existem métodos de aplicação "que podem ser alterados".