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Pastores da Universal enfrentam semana de violência em Angola

Ex-integrantes expulsos da instituição invadiram templos e expulsaram pastores e colaboradores de suas casas

Internacional|Do R7

Membros da Universal foram expulsos de suas casas
Membros da Universal foram expulsos de suas casas

A expulsão de pastores e colaboradores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus de suas casas em Angola sela o fim de uma semana marcada por atos de violência orquestrados por ex-integrantes da instituição.

A onda de agressões contra alguns pastores e suas esposas começou na última segunda-feira (23), quando invasores arrombaram portas para entrar nos templos nas cidades de Luanda, Benguela, Huambo e Malange.

O grupo de agressores é formado por ex-pastores e ex-bispos que foram afastados da instituição por condutas impróprias e atos considerados criminosos. Atualmente, a Universal conta com cerca de 500 mil fiéis no país africano.

A suposta rebelião já havia sido noticiada em novembro de 2019, quando os ex-integrantes expulsos acusaram os membros da Universal de racismo com a intenção de confundir a sociedade angolana. Na ocasião, a Universal classificou a fala como “uma rede de mentiras” de ex-pastores que queriam ter a “ganância saciada”.


Pastos Israel levou cinco pontos no supercílio
Pastos Israel levou cinco pontos no supercílio

Um dos pastores da Universal agredidos na segunda-feira foi Israel da Silva Gonçalves, que precisou levar cinco pontos no supercílio esquerdo. "Levamos empurrões e deram socos e chutes em nós”, relatou.

De acordo com Gonçalves, o grupo de agressores era formado por mais de 30 dissidentes da instituição, que entraram no salão da igreja e conversavam entre si pacificamente até a chegada de uma equipe da TVA, a emissora pública angolana.


"Nós, responsáveis pela igreja, estávamos em cinco pessoas, e nos dirigimos para ver do que se tratava. Quando os invasores nos viram mudaram de atitude, da passividade para a agressividade, gritando que não podíamos impedir as gravações", recorda o pastor.

Expulsos de casa


Na sexta-feira (27), os ex-integrantes da Universal promoveram uma nova onda de ataques, obrigando os religiosos brasileiros a deixarem suas casas às pressas. Muitos desses brasileiros moram em casas anexas aos templos invadidos nos últimos dias.

"Nós estamos aqui eu e a minha esposa, aflitos, ajeitando as coisas para sair daqui, pois a gente não sabe o que vai ser. Estamos precisando de ajuda, precisando de socorro, para ter uma direção e ver o que vamos fazer", relatou um dos pastores.

Expulsos de suas casas, os pastores e colaboradores da Universal colocaram as malas em frente de um dos templos da instituição e cobraram o apoio das autoridades angolanas. Alguns pastores foram conduzidos para a delegacia, mas liberados.

Em nota, a Igreja Universal no Brasil afirma que vem cobrando das autoridades angolanas uma atuação firme para coibir as invasões e ameaças contra os cidadãos brasileiros vítimas destes crimes.

"Os ex-pastores e ex-bispos, afastados, tomados por sentimento de ódio, utilizaram de ataques xenófobos, agrediram e feriram pastores e esposas de pastores e funcionários, usando a violência, com objetivo de tomar de assalto a igreja, com propósitos escusos", destaca a Igreja.

Em nota enviada ao R7 para explicar as quais as medidas diplomáticas estão sendo tomadas junto ao governo angolano para coibir esses crimes e preservar a integridade dos brasileiros naquele país, o Itamaraty afirmou que "acompanha a situação dos cidadãos brasileiros no exterior, no sentido de garantir pleno respeito a seus direitos à luz da ordem jurídica local e do Direito Internacional".

"O Ministro Ernesto Araújo conversou na última terça-feira, 23/06, com o Chanceler de Angola sobre a preocupação do Governo brasileiro com os fatos ocorridos e transmitiu-lhe a expectativa de que seja garantida a segurança dos brasileiros da Igreja Universal. O Chanceler angolano comprometeu-se a prestar toda a atenção ao assunto. O Ministro Araújo está buscando novo contato com seu homólogo angolano para tratar, lamentavelmente, dos novos incidentes que vêm ocorrendo nos últimos dias", disse o órgão.

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