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Peru: Presidente se desculpa por caso Odebrecht e pede apoio  

Kuczynski se negou a renunciar por ligação com empreiteira

Internacional|Do R7

Kuczynski se desculpou diante do país
Kuczynski se desculpou diante do país

O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, se desculpou no domingo (17) diante do país por não ter explicado bem seus vínculos com a Odebrecht, e voltou a negar que tenha gerenciado negócios para a empreiteira brasileira, poucos dias antes de o Congresso se reunir para decidir sobre sua possível destituição por "incapacidade moral".

Kuczynski, que atravessa o pior momento do mandato que assumiu em julho do ano passado, afirmou que uma destituição seria "terrível" para a economia do país, que está mostrando sinais de recuperação. "A primeira coisa que quero fazer é me desculpar ante os peruanos porque não expliquei bem de que se trata, e estes são temas que têm 10 anos ou mais", disse em uma coletiva de imprensa com alguns repórteres de uma televisão local.

A Odebrecht, acusada de corrupção em vários países da América Latina, informou na semana passado ao Congresso peruano que transferiu cerca de 4,8 milhões de dólares a duas consultorias vinculadas a Kuczynski, uma delas quando ele era membro do governo do então presidente Alejandro Toledo entre 2001 e 2006. Trata-se da Westfield Capital, uma empresa cujo único funcionário era o próprio Kuczynski e que recebeu 782 mil dólares da Odebrecht entre 2004 e 2007, incluindo 60 mil dólares nos anos em que o atual mandatário foi ministro da Economia e primeiro-ministro.

Kuczynski afirmou que não soube os detalhes das gestões das consultorias com a Odebrecht e que recentemente teve que fazer um trabalho de "arqueologia" para se inteirar das transações de sua própria empresa. "Deixo absolutamente claro, aqui não houve corrupção, não houve mentira", afirmou. "Não pedi absolutamente nada ao Estado para a Westfield, nem para a Odebrecht, nem para ninguém, aqui quando terminei como primeiro-ministro não houve nenhuma pergunta sobre minha gestão, tudo foi limpo".

Mas Kuczynski admitiu que recebeu "dividendos" porque foi acionista da Westfield Capital, e que quando era funcionário da companhia não administrou nenhum contrato com a Odebrecht. "Aqui há uma consequência que vai ser terrível para o Peru e para a economia. Estamos progredindo, estamos fazendo mudanças muito importantes e isso vai gerar um grande problema", afirmou. Kuczynski, que poderia se converter no primeiro presidente em exercício a ser destituído pelo escândalo da Odebrecht na América Latina, acusou o partido Força Popular, da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori e que controla o Congresso, de buscar seu afastamento sem o devido processo legal.

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