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Polícia francesa proíbe concentrações em frente ao Parlamento após protestos

Autoridades afirmam que decisão é devido aos graves riscos de perturbação da ordem pública e da segurança

Internacional|Do R7

A polícia francesa proibiu reuniões na Place de la Concorde, em Paris, em frente ao Parlamento, neste sábado (18), após duas noites de protestos contra uma polêmica reforma previdenciária que levou a incidentes.

"Devido aos graves riscos de perturbação da ordem pública e da segurança, todas as reuniões nas vias públicas dentro e ao redor da Place de la Concorde, bem como na área de Champs-Elysées, estão proibidas", disse a polícia à AFP.

“As pessoas que tentarem se encontrar serão despejadas, e possivelmente multadas pela polícia”, acrescentou a mesma fonte.

O presidente liberal Emmanuel Macron decidiu na quinta-feira adotar uma polêmica reforma da Previdência, sem submetê-la ao voto dos deputados, temendo uma derrota no Parlamento, por força de um mecanismo legal: o polêmico artigo 49.3 da Constituição.

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Seu objetivo é atrasar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e antecipar para 2027 a exigência de contribuir 43 anos (e não 42 como agora) para receber uma pensão completa.

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Milhares de pessoas se reuniram na noite de sexta-feira em modo de protesto na Place de la Concord, onde ocorreram incidentes que resultaram em 61 prisões.

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Alguns grupos atiraram garrafas e fogos de artifício contra as forças de segurança, que responderam com gás lacrimogêneo para evacuar o local onde ardia uma grande fogueira.

No dia anterior, 10.000 manifestantes se reuniram na praça central e 258 foram presos.

Vira carro e bota fogo: França é conhecida pelas grandes manifestações ao longo dos séculos

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A história de que os franceses viram carros e ateiam fogo nos veículos por qualquer coisa virou um mantra da internet brasileira. A brincadeira é alimentada a cada vez que uma nova manifestação acontece na França, embora o histórico de revoluções populares no país seja mais antigo que a própria invenção do automóvel
É preciso voltar para o final dos anos 1700 para falar sobre a Revolução Francesa, o grande propulsor das ondas de protestos que aconteceriam nos séculos seguintes. O movimento popular que durou cerca de dez anos foi capaz de derrubar a monarquia e estrangular a força da elite da época e da Igreja Católica. A Revolução Francesa também deixou um dos lemas mais conhecidos da história da humanidade: igualdade, liberdade e fraternidade
Em um esforço civil para libertar a França da Alemanha de Adolf Hitler, a Resistência Francesa continuou a combater as tropas do Eixo mesmo com a submissão do Estado francês. Em 25 de agosto de 1944, com a ajuda das Forças Francesas do Interior e de tropas dos Estados Unidos, as Forças Armadas da França conseguiram a rendição da última guarnição alemã em Paris. Restou aos heróis franceses a saudação na Champs-Élysées
As greves gerais conhecidas como Maio de 1968 também marcaram a história da França. Junto dos trabalhadores nas ruas, estudantes realizaram diversas ocupações na luta por direitos civis. Os confrontos com forças do Estado foram marcados pelo uso de barricadas e coquetéis molotov, em uma violência que assustou Charles de Gaulle, presidente do país na época. O mandatário se viu obrigado a conceder um abono de 35% ao salário mínimo, além da convocação de novas eleições legislativas
Uma série de aumentos no preço dos combustíveis alinhados a reformas tributárias e sociais sugeridas por Emmanuel Macron fizeram eclodir o Movimento dos Coletes Amarelos, em 2018. Os reajustes feitos pelo atual presidente francês provocaram a ira das classes média e trabalhadora, que utilizaram os coletes amarelos — obrigatórios em todos os carros por lei — para trazer visibilidade ao protesto. Em um único dia, mais de cem carros chegaram a ser queimados por manifestantes
Nas últimas semanas, foi a vez de uma reforma previdenciária polêmica, proposta também por Macron, agitar as ruas de toda a França. Milhões de pessoas tomaram as avenidas das principais cidades do país para protestar contra o aumento de idade para a aposentadoria. As manifestações ganharam força após o presidente aprovar na base da caneta a reforma, mesmo sem o texto passar pela Assembleia Nacional

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