Policial é ferido com flecha em protesto em Hong Kong
Desde junho, Hong Kong foi abalada por protestos desencadeados por um projeto de lei que permitiria a extradição de indivíduos acusados para a China
Internacional|Do R7, com agências internacionais
Um policial de Hong Kong foi atingido na perna por uma flecha neste domingo (17) enquanto as autoridades usavam canhões de gás lacrimogêneo e água para afastar manifestantes que ocupavam o campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, em Kowloon, e bloqueavam o acesso ao túnel Cross-Harbour, que liga Kowloon à ilha de Hong Kong, que teve as cabines de pedágio destruídas pelos manifestantes.
Os confrontos no domingo ocorreram após um dia de relativa calma que se seguiu a uma das semanas mais violentas em mais de cinco meses de distúrbios antigovernamentais no território semi-autônomo da China.
Os manifestantes pró-democracia se mantiveram firmes durante a maior parte do dia, enquanto caminhões de canhão de água passavam por tijolos arremessados e pregos espalhados por manifestantes.
Os manifestantes começaram a recuar para a Universidade Politécnica de Hong Kong com medo de ficarem presos enquanto a polícia disparava gás lacrimogêneo.
Dispositivo acústico
Segundo manifestantes, as flechas eram para protegê-los da violência policial exagerada. Um estudante disse: "Os manifestantes estão reagindo à polícia. Não revidamos o máximo que pudemos. Estou preparado para a prisão. Estamos lutando por Hong Kong."
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A Reuters informou que um lamento estridente veio de pelo menos um veículo da polícia, sugerindo uma nova tática para tentar limpar a multidão. A polícia confirmou o uso de um "dispositivo acústico de longo alcance".
No sábado (16), tropas pertencentes ao Exército de Libertação Popular da China (PLA) deixaram brevemente seu quartel para ajudar os moradores de Hong Kong a limpar os restos deixados pelos manifestantes, em uma ação que pode gerar mais controvérsias sobre o status da cidade.
Greve deve continuar
Nos últimos dias, as barricadas causaram um caos generalizado no trânsito no centro financeiro. Embora a maioria das estradas já tenha sido reaberta, a tensão e o sentimento de incerteza continuam em Hong Kong, especialmente depois que ativistas anunciaram na internet que planejam continuar sua greve nesta segunda-feira (18).
Além disso, a violência e confrontos deixaram a primeira vítima diretamente relacionada aos protestos na última sexta-feira (15): a morte de um gari de 70 anos que foi atingido na cabeça por um tijolo arremessado por manifestantes.
Manifestações acontecem desde junho
Desde o início de junho, Hong Kong foi abalada por protestos desencadeados por um projeto de lei que permitiria a extradição de indivíduos acusados para a China continental para serem julgados.
Embora a lei proposta já tenha sido retirada, o furor público foi motivado pela recusa das autoridades em atender às demandas dos manifestantes por uma investigação independente contra a alegada brutalidade policial; anistia para as quase 600 pessoas acusadas de crimes decorrentes dos protestos; uma retratação das alegações policiais de que os manifestantes são culpados de tumultos e voto universal para eleger representantes de todos os poderes Legislativo e Executivo.
(Com informações da Al Jazeera, Reuters, EFE e South China Morning Post)