Pompeo chega ao Afeganistão dias antes de negociações com talibãs
Estados Unidos e grupo estão na sétima rodada de conversas sobre acordo de paz, a assistência às forças de segurança afegãs e as relações bilaterais
Internacional|Da EFE
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, viajou nesta terça-feira (25) de surpresa ao Afeganistão para se reunir com o presidente do país, Ashraf Ghani, dias antes do início da sétima rodada de negociações entre Washington e os talibãs.
Pompeo se reuniu com Ghani e "ambas as partes abordaram as eleições presidenciais do Afeganistão, o processo de paz, a assistência às forças de segurança afegãs e as relações bilaterais", informou o Palácio Presidencial afegão em comunicado.
"Os EUA apoiam o processo de paz e as iminentes eleições e estão dispostos a cooperar neste sentido", afirmou o secretário de Estado americano.
De acordo com o comunicado, Pompeo declarou que "as forças de segurança afegãs mostraram suas boas habilidades em combate nos últimos meses".
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Por sua parte, Ghani pediu que seus aliados internacionais "evitem esforços divididos e unilaterais" no processo de paz com os talibãs.
Pompeo chegou ao Afeganistão dias antes de uma delegação americana se reunir com os talibãs no Catar no sábado (29) para a sétima rodada de negociações de paz entre as partes.
Desde o início das conversas, os insurgentes reiteraram que não se reunirão com representantes do governo afegão nem terão conversas sobre outros temas, entre eles o cessar-fogo, até que cheguem a um acordo sobre a retirada das tropas estrangeiras.
As partes buscam uma saída para quase duas décadas de conflito armado na nação asiática, embora até agora os talibãs tenham se negado a se sentar à mesa com o governo afegão.
Há uma semana, o porta-voz talibã Suhail Shaheen afirmou no Twitter que os americanos tinham aceitado a retirada dos seus soldados.
No entanto, o enviado especial dos EUA para a paz no Afeganistão, Zalmai Khalilzad, desmentiu a declaração no mesmo dia.
Atualmente, o governo controla cerca de 55% do território do Afeganistão e os talibãs dominam por volta de 11%, enquanto o restante está em disputa, segundo dados do Inspetor Especial Geral para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR), do Congresso dos EUA.