Pompeo discute negociações de paz com talibãs com presidente afegão
Secretário dos EUA conversou com Ashraf Ghani sobre a possibilidade de acelerar o tratado e pôr fim a mais de duas décadas de guerra
Internacional|Da EFE
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, conversaram nesta quinta-feira (25) sobre a possibilidade de acelerar as negociações de paz com os talibãs e pôr fim a mais de duas décadas de conflito no país.
Em comunicado, o Departamento de Estado dos EUA informou que Pompeo e Ghani discutiram as negociações por telefone e concordaram que este é o momento de "acelerar os esforços para conseguir um fim negociado da guerra no Afeganistão".
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Durante a ligação, Pompeo garantiu a Ghani que não houve mudança na estratégia do presidente Donald Trump para o sul da Ásia, apesar das declarações feitas por ele na última segunda-feira e que causaram grande mal-estar no Afeganistão.
Trump disse que venceria a guerra do Afeganistão em uma semana, mas que não queria seguir por esse caminho porque isso significaria "matar 10 milhões de pessoas".
"Poderia vencer essa guerra em uma semana, mas não quero matar 10 milhões de pessoas. (...) O Afeganistão poderia ser apagado da face da Terra. Não quero ir por esse caminho", disse o presidente americano.
Questionada sobre as declarações de Trump, a porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, pediu ao povo afegão que se lembre que americanos também foram mortos no conflito para que o país tenha a possibilidade de escolher seu próprio futuro.
"Isso não foi um compromisso pequeno, mas muito grande", disse Ortagus.
Estão em Cabul hoje o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, general Joseph Dunford, e o enviado especial dos EUA para a reconciliação do Afeganistão, Zalmay Khalilzad.
Após a visita, Khalilzad irá para Doha, no Catar, onde participará da oitava rodada de negociações com os talibãs. Até então, as partes discutem a saída das tropas internacionais do Afeganistão, a principal exigência dos insurgentes.
As partes buscam encontrar uma saída para as duas décadas de conflito no país. No entanto, até o momento, os talibãs se recusam a negociar com o governo do Afeganistão.