Pompeo viajará à Rússia na próxima semana para encontrar Putin

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, viajará na próxima semana à Rússia e se reunirá com o presidente Vladimir Putin para falar sobre "assuntos bilaterais e multilaterais", em meio às tensões sobre a Venezuela, anunciou nesta sexta-feira (10) o governo americano.

O porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, disse em comunicado que Pompeo irá à Rússia na próxima segunda-feira (13) "para se reunir com o pessoal na embaixada dos EUA em Moscou antes de um encontro com empresários e estudantes americanos".

No mesmo dia, o secretário americano depositará uma oferenda floral no Túmulo do Soldado Desconhecido na capital russa.

Já na terça-feira (14), Pomeo irá a Sochi, onde se reunirá com o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o presidente Putin "para discutir toda a gama de assuntos bilaterais e multilaterais".

Nesta quinta-feira, em Moscou, Lavrov negou que vá alcançar um acordo com os Estados Unidos sobre a Venezuela durante as consultas com Pompeo.

"Habitualmente os acordos são coisa do (presidente dos EUA, Donald) Trump", comentou Lavrov à agência oficial "Ria Novosti" antes de assistir ao desfile pelo Dia da Vitória na Praça Vermelha.

Pompeo, cujo país respalda na Venezuela o presidente do parlamento e dirigente opositor, Juan Guaidó, que foi reconhecido como presidente interino do país por mais de 50 nações em janeiro, admitiu na semana passada que "a ação militar é possível".

A Rússia, por sua vez, reconhece como legítimo o governo do presidente Nicolás Maduro, o que provocou tensões entre Washington e Moscou.

"Pompeo reiterará nossa preocupação diante do papel da Rússia na Venezuela. Nossa postura é muito clara: apoiamos a democracia na Venezuela. E rejeitamos o apoio de Putin a Maduro", ressaltou nesta sexta-feira um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado dos EUA durante uma entrevista coletiva telefônica.

Esse funcionário frisou que outro dos temas que Pompeo deve abordar durante a reunião com Putin e Lavrov é a necessidade de atualizar os atuais acordos de não-proliferação de armas.

"Precisamos de uma nova era de controle armamentista para fazer frente a uma nova era de ameaças", disse.