Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Por que embaixada do México na Bolívia virou incidente diplomático

Como o abrigo a ex-funcionários do governo Evo Morales na embaixada se tornou mais um problema nas já estremecidas relações entre os países

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Agentes da Bolívia têm cercado a embaixada mexicana em La Paz desde o dia 23
Agentes da Bolívia têm cercado a embaixada mexicana em La Paz desde o dia 23

Nos últimos dias, militares e agentes do governo da Bolívia têm cercado a embaixada do México em La Paz, em um episódio que desgasta ainda mais as já complicadas relações diplomáticas entre os dois países desde a renúncia do ex-presidente Evo Morales, no último dia 10 de novembro.

Diplomatas e o governo mexicano dizem que o "cerco" é uma maneira de intimidar o pessoal da embaixada, que abriga ex-funcionários graduados do governo Morales, como o ex-ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana. O México foi o primeiro país a abrigar o ex-presidente depois que ele deixou a Bolívia.

Leia também: México convoca reunião para protestar contra 'assédio' boliviano

Nesta quinta-feira (26), o governo do México denunciou a Bolívia à Corte Internacional de Justiça (CIJ), por "violação de obrigações diplomáticas". Eles consideram que a presença dos agentes no portão da embaixada é uma transgressão da autonomia mexicana sobre o local.


Reclamações mexicanas

O chanceler mexicano Marcelo Ebrard disse em entrevista coletiva que, a partir do último dia 23, cerca de 90 agentes bolivianos passaram a cercar a embaixada, quando o aparato normal de segurança não passa de seis por dia.


Leia também

"Embaixadas são consideradas parte do território nacional que representam. Pedimos que as intalações sejam respeitadas e que sua integridade seja preservada, assim como das pessoas que estão na embaixada", afirmou Ebrard.

O presidente do México, Andrés Manoel López Obrador, fez o mesmo pedido em um pronunciamento, e disse que "nem mesmo (o ex-ditador chileno Augusto) Pinochet fez algo assim".


Mandados de prisão

O governo interino da Bolívia emitiu mandados de prisão para quatro ex-funcionários do governo Morales que estão na embaixada, incluindo Quintana. Os mexicanos, por sua vez, afirmam que todos eles já tinham solicitado asilo e aguardam o salvo-conduto para deixar o país.

"Segundo o direito internacional, o que predomina e prevalece é o direito de asilo" que já havia sido concedido, declarou Ebrard.

As autoridades bolivianas, por sua vez, negam que haja um cerco. Dizem que os agentes estão ali para prevenir um possível atentado por parte de correligionários de Morales que sentiriam "traídos" pelos que estão abrigados na embaixada.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.