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Por que lugares como a Califórnia sofrem com grandes incêndios

Professor explica que incêndios destruidores são comuns em regiões que são muito seca e possuem uma alta ocupação humana

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Incêndio da Califórnia já matou mais de 80 pessoas
Incêndio da Califórnia já matou mais de 80 pessoas

Apenas em 2018, uma série de incêndios em Portugal, Grécia e na Califórnia (na costa Oeste dos EUA), deixaram mais de 160 mortos (até o momento) e centenas de desaparecidos nesses três pontos tão distantes do planeta.

Incêndios como esses de 2018 são comuns e acontecem com frequência nesses mesmos locais. Mas por que isso acontece?

Segundo Paulo Artaxo Netto, professor do Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), isso acontece porque as características geográficas dos locais são muito parecidas.

“Esses locais têm um padrão: alta inflamabilidade das florestas e regiões que têm ocupação humana próxima das florestas”, explica Artaxo.


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O professor afirma que incêndios semelhantes acontecem em outros locais, como a Sibéria, mas não causam tantos danos por não ser uma área muito povoada.

Para Artaxo, uma forma de evitar a destruição causada por esses incêndios é um planejamento urbano adequado por parte do governo.


Clima mais quente e seco

Essas regiões também são climaticamente muito parecidas, já que faz calor durante boa parte do ano e são cercadas pelo oceano. Mas para além disso, Artaxo explica que o clima está ficando mais seco, especialmente na Califórnia.


“Como não chove há meses, o acúmulo de biomassa [folhas secas, gravetos] no chão da floresta faz com que a propagação do fogo seja muito fácil”, garante.

Por conta da da rápida propagação, os incêndios nesses locais também são muito difíceis de serem controlados.

O professor destaca que esse problema tende a piorar nos próximos anos por conta do aquecimento global e se nada for feito para diminuir a temperatura do planeta, os incêndios podem se tornar cada vez mais constantes.

Diferenças entre incêndios brasileiros

Artaxo avalia que esses incêndios florestais são diferentes daquele que consumiu a Chapada dos Veadeiros, no cerrado brasileiro, no ano passado.

Em primeiro lugar, porque a vegetação é diferente. No Brasil, as árvores são diferentes e bioma não se configura propriamente uma floresta.

Também porque, segundo ele, os prejuízos são diferentes. Enquanto no exterior, há muita perda material, de casas edifícios e outros bens, no cerrado, o prejuízo é, principalmente, socioambiental, atingido o meio de subsistência das famílias que vivem na região e a biodiversidade.

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