Internacional Portugal caminha para eleições legislativas antecipadas após saída do primeiro-ministro

Portugal caminha para eleições legislativas antecipadas após saída do primeiro-ministro

Principais legendas da oposição se manifestaram a favor da convocação de um novo pleito no início de 2024

AFP
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidirá se convoca ou não eleições antecipadas

Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidirá se convoca ou não eleições antecipadas

PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP - 08.11.2023

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, decidirá, nesta quinta-feira (9), se convoca eleições antecipadas no início de 2024 para tirar o país da crise provocada pela saída do primeiro-ministro, o socialista António Costa, envolvido em um escândalo de corrupção.

O presidente convocou o Conselho de Estado, um órgão consultivo, para uma reunião a partir das 12h (horário de Brasília) para examinar a situação política no país.

Após a reunião, o chefe de Estado "vai discursar imediatamente à nação" para comunicar sua decisão, afirmou a Presidência em um comunicado.

O presidente pode optar por dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas antecipadas ou convidar algum político para formar um governo.

Nesta quarta-feira (8), Rebelo de Sousa recebeu membros dos partidos com representação no Parlamento, como manda a Constituição.

As principais legendas da oposição, de esquerda e de direita, manifestaram-se a favor da convocação de eleições, uma solução para a qual o presidente português parece se inclinar, segundo alguns políticos.

Os socialistas preferem que seja eleito um novo primeiro-ministro que dirija um governo apoiado pela maioria absoluta que têm no Parlamento. Se, no entanto, for preciso ir às urnas, o Partido Socialista prefere que seja em março, para haja tempo de encontrar um sucessor para Costa como secretário do partido.

"O presidente não deve tomar uma decisão que vá contra a opinião dos partidos", disse à AFP a cientista política Paula Espírito Santo, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.

Além disso, depois das últimas eleições legislativas, em janeiro de 2022, o presidente advertiu que uma eventual saída de António Costa levaria à dissolução do Parlamento, lembra a analista.

António Costa, um dos poucos socialistas à frente de um governo europeu, entregou o cargo na terça-feira (7).

O caso de corrupção que o envolve se refere a suspeitas de "malversação, corrupção ativa e passiva de titulares de cargos políticos e tráfico de influência" e será investigado, informou o Ministério Público.

Depois de vencer por maioria absoluta em janeiro de 2022, Costa viu sua popularidade cair, desde então, devido a repetidos escândalos.

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