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Portugal gasta milhões sem licitação com Jornada Mundial da Juventude

Evento da Igreja Católica recebe críticas pelo alto custo aos cofres públicos e pela falta de transparência dos contratos

Internacional|Do R7

Governo português gasta milhões para garantir estrutura para Jornada Mundial da Juventude
Governo português gasta milhões para garantir estrutura para Jornada Mundial da Juventude

Portugal recebe nesta semana a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que contará com a presença do papa Francisco, o líder da Igreja Católica. A realização do encontro está recebendo críticas dos portugueses por conta dos altos custos para os cofres do país e pela falta de transparência dos contratos.

Dados consultados pela agência Lusa no Portal Base da Contratação Pública e divulgados pelo portal Expresso apontam que o governo federal de Portugal fechou 27 dos 30 contratos sem licitação. O mesmo aconteceu na capital Lisboa, que teve 67 dos 73 contratos relacionados com a JMJ sem os devidos trâmites. Em Loures, outra cidade que receberá os fiéis, apenas 2 dos 32 contratos foram licitados.

O governo português gastou 38 milhões de euros, o equivalente a R$ 200 milhões, para garantir a estrutura necessária para os cinco dias de programação. A prefeitura da capital deverá desembolsar valor semelhante — outros R$ 200 milhões. Já Loures gastou 10 milhões de euros, mais de R$ 52 milhões.

Não há números globais nem oficiais divulgados até agora, mas estima-se que a JMJ vá custar cerca de 160 milhões de euros no total, mais de R$ 830 milhões.


O alto custo para o Estado português provocou uma reação da população. Trabalhadores da saúde, educação, segurança e limpeza prometem greves para protestar contra o uso do dinheiro público para bancar o evento católico.

O artista plástico Bordalo II colocou um longo tapete estampado com notas de 500 euros no palco principal da JMJ para chamar a atenção para os gastos públicos. A obra recebeu o nome: "Caminhada da vergonha".


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Portugal enfrenta a maior taxa de inflação dos últimos 30 anos, aumento na taxa de juros e crescimento do desemprego neste ano.

A ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, afirma que o Governo cumpriu "à risca a legalidade" no que respeita aos contratos da JMJ.

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