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Prêmio Nobel da Paz, El Baradei renuncia à vice-presidência do Egito após repressão policial

Decisão foi tomada após polícia matar centenas de manifestantes que pedem a volta de Mursi

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Manifestantes derrubam veículo policial durante conflitos no Cairo
Manifestantes derrubam veículo policial durante conflitos no Cairo

O vice-presidente do Egito, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed El Baradei, apresentou nesta quarta-feira (14) sua demissão ao presidente interino do país. O anúncio foi feito após a violenta repressão policial de hoje, que matou centenas de apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi, durante ação para desocupar dois acampamentos no Cairo.

"Para mim, é dificil continuar a assumir a responsabilidade de tomar decisões com as quais não estou de acordo", ecreveu El Baradei na carta entregue ao presidente Adly Mansur.

— Apresento minha renúncia ao posto de vice-presidente e peço a Deus, o altíssimo, que preserve nosso querido Egito de todo o mal, e que cumpra as esperanças e aspirações de seu povo.

A decisão de Baradei foi tomada após uma batalha campal tomar conta das ruas da capital egípcia. Aos menos 149 pessoas morreram, segundo dados oficiais do governo. Mas para a Irmandade Muçulmana, que organizava os acampamentos, os mortos passam de 300.


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Nobel da Paz de 2005, Baradei foi diretor da AIEA (Agência de Energia Atômica da ONU) entre 1997 e 2009.


Líder da oposição laica (não religiosa) egípcia, Baradei chegou a ser cotado para se tornar chefe de governo. Mas acabou empossado como vice-presidente do governo interino do Egito, encarregado das relações internacionais do país.

O conflito político no Egito se agravou no dia 3 de julho, quando o islamita Mursi foi destituído por um golpe militar — após protestos massivos contra seu governo.

Desde então, várias cidades do Egito foram tomadas por apoiadores da Irmandade Muçulmana (grupo político que levou Mursi ao poder) para exigir a volta do presidente, que segue detido pelas Forças Armadas.

Os manifestantes massacrados pela polícia hoje no Cairo são simpatizantes de Mursi e da Irmandade Muçulmana.

Com a escalada da violência, o governo interino decretou um mês de estado de emergência.

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