O primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, conversou nesta quinta-feira (20) por telefone com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que pediu ajuda militar israelense na guerra com a Rússia, em particular o sistema antimísseis Cúpula de Ferro. "O primeiro-ministro recebeu uma atualização sobre a guerra na Ucrânia e enfatizou que Israel está com o povo ucraniano", informou o gabinete de Lapid em comunicado, que não especificou se Israel mudou a posição sobre a ajuda militar à Ucrânia. "Na conversa, o primeiro-ministro enfatizou sua profunda preocupação com os laços militares entre o Irã e a Rússia", acrescentou a nota oficial, referindo-se aos últimos ataques russos a várias cidades ucranianas com os letais drones kamikaze, fornecidos pela República Islâmica. Kuleba anunciou na terça-feira (18) em uma entrevista coletiva em Kiev que enviaria uma nota oficial a Israel solicitando ajuda militar, especificamente suprimentos de defesa aérea, uma questão que teria abordado na conversa telefônica de hoje com Lapid. Desde o início da guerra, Israel condenou a invasão, apoiou a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e alinhou-se com a posição das potências ocidentais lideradas por Estados Unidos e União Europeia, embora com mais cautela devido à relação até então fluida que tinha com a Rússia. No entanto, Israel não impôs sanções contra a Rússia nem enviou ajuda militar à Ucrânia, além de materiais de proteção individual para as tropas ucranianas, como capacetes e coletes à prova de balas, para não comprometer a aliança estratégica que mantém com Moscou no contexto do conflito na Síria. Sob esse acordo e apesar de apoiar lados opostos, a Rússia permite que Israel bombardeie alvos militares pró-Irã em solo sírio, algo muito importante para os interesses de segurança israelenses perto de sua fronteira norte. A postura morna de Israel irritou o próprio presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, de raízes judaicas, que em várias ocasiões mostrou sua indignação por não ter recebido as armas solicitadas a Israel, em particular o sistema antimísseis Cúpula de Ferro. Em reunião ontem com embaixadores europeus, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, afirmou que Israel não mudaria sua posição de não enviar ajuda militar à Ucrânia, apesar da entrada no conflito ucraniano dos drones kamikaze do Irã, arqui-inimigo de Israel que o vê como um ameaça existencial. Gantz mostrou disposição em fornecer à Ucrânia "um sistema de alerta antecipado para salvar vidas", a fim de antecipar ataques aéreos ou de mísseis que atualmente atingem o país, algo que representa um avanço para o envolvimento israelense no conflito. O ministro da Defesa também agendou uma conversa por telefone com o ministro ucraniano, Oleksii Reznikov, para discutir o assunto hoje, mas esta foi "adiada a pedido da Ucrânia", segundo o gabinete de Gantz." gallery_id="634d5b0819d22485c70013f2" url_iframe_gallery="noticias.r7.com/internacional/preocupado-com-as-relacoes-entre-ira-e-russia-israel-conversa-com-a-ucrania-sobre-possivel-cooperacao-20102022"]